Matheus Augusto Oliveira, também
conhecido como Mozart, de trinta anos, é um dos maiores nomes do futebol amador
da região. Nascido e criado na cidade de Três Corações (MG), o atleta enfrentou
um dilema infelizmente muito comum para os jovens do país – dedicar-se ao
esporte ou à família - mas hoje sua aptidão com a bola se destaca em
campeonatos de diversas cidades.
Começou
aos nove anos, por incentivo de seu irmão Joaquim (ou Quinho) entrou para o
time de seu bairro de infância, o Colônia Santa Fé, que realizava os treinos na
Escolinha do Atlético Clube Três Corações.
Sua estreia em campeonatos
foi por volta do ano 2000, um infantil na cidade natal. Foi onde ganhou sua
primeira medalha de prata. “Acabei considerando muito mais que válido no final
das contas, pois foi a partir desse dia que consegui muitos colegas, cujas amizades
duram até hoje, jogando junto sempre e relembrando essa e outras datas em
nossas resenhas”, lembra o jogador.
Após os dez anos, mudou para
o bairro Jardim Paraíso e sua casa passou a ficar ao lado de uma quadra de
futebol de areia, famosa quadra do Baianinho. “Ali também joguei muitos anos,
intercalando com o campo. Foi onde também ganhei muitos títulos, entre meus 11
aos 23 anos”, conta Matheus.
Mas continuou jogando no
ACTC até os 12 anos, quando foi para uma outra escolinha tradicional da época,
a Canto do Rio, por cerca de três anos. Posterior a isso, foi trabalhar em uma
peixaria, e com 16 anos passou a jogar na cidade de São Tomé. No ano seguinte
voltou a trabalhar, dessa vez em um açougue, depois em duas lojas de materiais
de construção e hoje trabalha em um banco.
Matheus
se abre e diz que uma de suas maiores frustrações do esporte foi não poder ter
alcançado o futebol profissional, por falta de estrutura familiar
principalmente. “Em muitas circunstâncias, quando estamos nessa sede de virar
jogador, você vai tentando e tentando, até que para e enxerga que talvez não
terá oportunidade. Então, olha para o retrato de sua família e passa a buscar
outras formas de contribuir. Você se desvincula de um sonho para trabalhar
naquilo que é prioridade. Pensando: como não está dando certo, vou tentar por
outro caminho. Hoje penso, quem sabe se fosse um pouco mais maduro na época
tivesse persistido mais, buscando os contatos certos para que acontecesse”.
O atleta explica que em sua
visão, para ter sucesso na profissão é preciso, junto com o fator sorte, estar
dentro do meio, criar contatos e oportunidades para você mesmo. Outra coisa
essencial é um empresário, que seria um apoio sólido o suficiente. Pôde
observar isso em sua época em alguns colegas, além de muita persistência e
perseverança, o que resultou em alguns sucessos.
Conta que ainda pratica
frequentemente. “Treino duas vezes por semana no campo Society em minha cidade
e na rua”. Hoje, o desportista disputa campeonato pelo Vilas Boas de Três
corações; pelo União São José, de Varginha; joga todos os sábados com
companheiros e pretende, caso aconteça ainda esse ano, jogar na Copa Alterosa,
por um time tradicional na região, o Vila Nova de Campos Gerais.
Afirma
que sua paixão pelo futebol é sempre renovada, justificando que é algo que
ultrapassa as quatro linhas. “Prova disso é o que vemos neste momento da
pandemia, atitudes nobres vindas de jogadores como a CR7, Messi e outros. Além
disso, quantas comunidades tem o seu momento de lazer vinculado ao time do seu
bairro. Acontecem muitas coisas que talvez não seja divulgado nas mídias, como
pessoas se unindo para ajudar quem está precisando, dentro das suas limitações
- isso me enche os olhos. E dentro de campo é algo surreal, uma mistura de
paixão, raiva, nervosismo, alegria e companheirismo, que se resume em prazer,
onde nada se compara”.
Além de se inspirar em
atletas como Cristiano e Alan Mineiro, por suas histórias e caráter, o tricordiano
tem muita admiração e carinho pela sua base familiar. “Agradeço a Deus, mãe (minha maior alegria),
namorada e amigos - que são como irmãos para mim - pelas orientações,
incentivos e puxões de orelha”. Ademais, destaca o apoio de colegas que o
acompanharam e instrutores, como o primeiro treinador no ACTC, Sr. Guilherme
(falecido); Rogério (Jairo) e Rafa primeiros treinadores na quadra de areia e
Aldo, treinador do São José em Varginha.
Daqui para frente, Mateus
pretende dedicar-se à família, desenvolver-se profissionalmente e ajudar quem
precisa. “No início, o esporte significava uma oportunidade de vida melhor para
minha família e para mim, mas hoje, significa algo essencial em minha rotina de
atividades, que quero deixar para meu futuro filho”.
O
menino Mozart dá dica para os iniciantes, principalmente aqueles com quem joga
nos finais de semana: “Tenham persistência e foco. Sei que a maioria dos
atletas amadores não ganham dinheiro com isso, então acredito que é muito
importante gostar de verdade do esporte, senão não vale a pena. É preciso se
doar, para que consiga transmitir algo bom para a sua equipe e, eventualmente,
isso será convertido em vitórias.”
Texto: Maria Júlia Veloso
Grande, mateus cara do bem alem de jogar muito, cabia no coringão facil abraços.
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