O grande goleiro varginhense Isael
Sabino, o Muralha, de 32 anos, conta um pouco de sua história no futebol, um
mundo que o conquistou desde muito pequeno:
“Sou apaixonado por esse
esporte pelo fato de desde muito novo ir aos estádios ver meus irmão jogar.
Comecei a jogar futebol com amigos na quadra da Pedreira, na Vila Barcelona,
com 10 anos. Eles já jogavam no time do bairro em um campeonato mirim de futsal
que eu queria muito participar. Na época, jogava na linha e não tinha espaço
para mim, pois meus amigos eram bem mais habilidosos que eu. Daí, surgiu uma
vaga para jogar no gol do time Golden Boys, do Marquinhos. Foi quando joguei
esse campeonato mirim e me destaquei.
Logo fui chamado para
jogar no time do Vitinho e Toninho Caquim, que se chamava Paraná. Foi quando me
apaixonei por jogar no gol e realmente comecei minha carreira, com onze anos,
jogando campeonato de salão. Fui me destacando mais e aprimorando minhas
habilidades, até que passei a jogar futebol de campo. Amor que senti no
primeiro instante que pisei no gramado do Sete de Setembro!
Joguei vários campeonatos
mirins infantis, até chegar no Botafogo, do meu amigo Paulinho Gabriel. Foram
vários títulos da cidade. Por dois anos também estive na seleção de Varginha,
entre os meus 14 e 15 anos, onde conquistamos o título de Campeão da Cidade de
Juvenil no ano de 2003, no Estádio Melão. Foi realmente lindo, perdemos o
primeiro jogo da Final e ganhamos o segundo jogo na raça! Na ocasião, também
fui eleito o melhor goleiro da competição.
Fiz vários testes em
clubes nacionais como Corinthians, Vasco e Guarani, mas sem êxito. Logo recebi
o convite para jogar o Campeonato Mineiro de Juniores pelo VEC de Varginha, com
16 anos. Foi quando comecei a me profissionalizar, com rotina de treinamento
intenso: treino de manhã e à tarde, mais academia à noite. Foi muito
desgastante na época, mas ao mesmo tempo a melhor fase da minha vida, onde
aprendi muito com professores, treinadores e diretores. Cito nomes como
professor Paulão, que me ensinou as técnicas de ser goleiro, e professor
Veludão, de Três Corações, que me lapidou e me fez ser esse goleiro tão respeitado
hoje.
Mesmo sendo categoria Junior,
treinava e jogava com a equipe profissional e, com idas e vindas, joguei até os
21 anos como profissional. A partir daí, as portas foram se fechando por não
ter mais contrato com empresários e nem clubes. Fiz minha última tentativa no
Boa Esporte em 2011, treinando sem contrato. Como não tive retorno, fui
obrigado a parar com o futebol profissional.
A parte mais difícil com
certeza eram as sequências de treinamento diário, mas sempre estive muito feliz
por estar fazendo o que sempre quis - era meu sonho sendo realizado. Conheci
várias pessoas importantes no meio futebolístico, que tenho muito orgulho. Hoje
em dia jogo vários campeonatos amadores por todas as regiões de Minas Gerais.
Tenho o maior orgulho de ter meu grande irmão Veludo como treinador, pois até
hoje treinamos para manter a forma física. Aprendendo sempre com ele!
Fico muito feliz de ver as
crianças brincando de ser goleiro e ouvi-las dizer muitas vezes que quando
crescerem querem jogar igual a mim. Isso é uma satisfação imensa que vou
carregar na vida!
Acredito que a minha única
frustração, ou até mesmo decepção no esporte, foi ter parado muito cedo como
profissional - a falta de oportunidade na época de sair para outros estados.
Tentar a vida de jogador com grande êxito, assim como amigos que tenho, que
foram para campeonatos estaduais, até mesmo Brasileirão, amigos pela Europa...
essa é a única frustração, não ter ido mais além.
Meu grande ídolo no
futebol é o goleiro São Marcos e meu irmão Veludo, do qual claramente sou muito
fã, por ver jogando e treinando. Tenho um projeto com o goleiro Túlio Gomes,
que é de montar escolinha para goleiros que estejam iniciando com cerca de 12
anos. Esse projeto estava para sair esse ano, mas essa pandemia está
dificultando o início, mas em breve poderemos inaugurar.
Gostaria de agradecer meus
amigos, professores e familiares que sempre me apoiaram e me fizeram a pessoa
que sou. Gostaria de agradecer também grandemente a toda equipe do Jornal PODIUM
pela oportunidade. Obrigado!”
Por: Maria Júlia Veloso
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