segunda-feira, 20 de abril de 2020

Isael, o Muralha, conta sua história

              O grande goleiro varginhense Isael Sabino, o Muralha, de 32 anos, conta um pouco de sua história no futebol, um mundo que o conquistou desde muito pequeno:

“Sou apaixonado por esse esporte pelo fato de desde muito novo ir aos estádios ver meus irmão jogar. Comecei a jogar futebol com amigos na quadra da Pedreira, na Vila Barcelona, com 10 anos. Eles já jogavam no time do bairro em um campeonato mirim de futsal que eu queria muito participar. Na época, jogava na linha e não tinha espaço para mim, pois meus amigos eram bem mais habilidosos que eu. Daí, surgiu uma vaga para jogar no gol do time Golden Boys, do Marquinhos. Foi quando joguei esse campeonato mirim e me destaquei.

Logo fui chamado para jogar no time do Vitinho e Toninho Caquim, que se chamava Paraná. Foi quando me apaixonei por jogar no gol e realmente comecei minha carreira, com onze anos, jogando campeonato de salão. Fui me destacando mais e aprimorando minhas habilidades, até que passei a jogar futebol de campo. Amor que senti no primeiro instante que pisei no gramado do Sete de Setembro!

Joguei vários campeonatos mirins infantis, até chegar no Botafogo, do meu amigo Paulinho Gabriel. Foram vários títulos da cidade. Por dois anos também estive na seleção de Varginha, entre os meus 14 e 15 anos, onde conquistamos o título de Campeão da Cidade de Juvenil no ano de 2003, no Estádio Melão. Foi realmente lindo, perdemos o primeiro jogo da Final e ganhamos o segundo jogo na raça! Na ocasião, também fui eleito o melhor goleiro da competição.

Fiz vários testes em clubes nacionais como Corinthians, Vasco e Guarani, mas sem êxito. Logo recebi o convite para jogar o Campeonato Mineiro de Juniores pelo VEC de Varginha, com 16 anos. Foi quando comecei a me profissionalizar, com rotina de treinamento intenso: treino de manhã e à tarde, mais academia à noite. Foi muito desgastante na época, mas ao mesmo tempo a melhor fase da minha vida, onde aprendi muito com professores, treinadores e diretores. Cito nomes como professor Paulão, que me ensinou as técnicas de ser goleiro, e professor Veludão, de Três Corações, que me lapidou e me fez ser esse goleiro tão respeitado hoje.

Mesmo sendo categoria Junior, treinava e jogava com a equipe profissional e, com idas e vindas, joguei até os 21 anos como profissional. A partir daí, as portas foram se fechando por não ter mais contrato com empresários e nem clubes. Fiz minha última tentativa no Boa Esporte em 2011, treinando sem contrato. Como não tive retorno, fui obrigado a parar com o futebol profissional.

A parte mais difícil com certeza eram as sequências de treinamento diário, mas sempre estive muito feliz por estar fazendo o que sempre quis - era meu sonho sendo realizado. Conheci várias pessoas importantes no meio futebolístico, que tenho muito orgulho. Hoje em dia jogo vários campeonatos amadores por todas as regiões de Minas Gerais. Tenho o maior orgulho de ter meu grande irmão Veludo como treinador, pois até hoje treinamos para manter a forma física. Aprendendo sempre com ele!

Fico muito feliz de ver as crianças brincando de ser goleiro e ouvi-las dizer muitas vezes que quando crescerem querem jogar igual a mim. Isso é uma satisfação imensa que vou carregar na vida!

Acredito que a minha única frustração, ou até mesmo decepção no esporte, foi ter parado muito cedo como profissional - a falta de oportunidade na época de sair para outros estados. Tentar a vida de jogador com grande êxito, assim como amigos que tenho, que foram para campeonatos estaduais, até mesmo Brasileirão, amigos pela Europa... essa é a única frustração, não ter ido mais além.

Meu grande ídolo no futebol é o goleiro São Marcos e meu irmão Veludo, do qual claramente sou muito fã, por ver jogando e treinando. Tenho um projeto com o goleiro Túlio Gomes, que é de montar escolinha para goleiros que estejam iniciando com cerca de 12 anos. Esse projeto estava para sair esse ano, mas essa pandemia está dificultando o início, mas em breve poderemos inaugurar.

Gostaria de agradecer meus amigos, professores e familiares que sempre me apoiaram e me fizeram a pessoa que sou. Gostaria de agradecer também grandemente a toda equipe do Jornal PODIUM pela oportunidade. Obrigado!”

Por: Maria Júlia Veloso

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