domingo, 26 de abril de 2020

Entrevista com André do vôlei, novo Secretário de Esportes de Varginha

        O Jornal PODIUM traz uma entrevista exclusiva com o novo Secretário de Esportes de Lazer de Varginha.      André “do vôlei” Pereira assumiu a Semel com o propósito de massificar o esporte. “Se você quer ter esporte de rendimento, é preciso dar oportunidade para muitos. Quanto maior o número de alunos, mais chances de revelar atletas”, enfatizou.
            Mas o esporte de competição não é seu único propósito. Seu intuito de assumir a Semel é organizar o esporte e voltar a ser referência na região. A princípio organizar a Semel: organização, disciplina e massificação!
            - Comparado ao corpo humano, a Semel é o coração do esporte. Toda família tem uma criança que necessita de atividade física. É a oportunidade de sair do sedentarismo e, onde depois podem se profissionalizar ou simplesmente tornar-se um adulto consciente dos valores do esporte -, disse André.
Varginha já revelou muitos atletas que hoje estão em grandes clubes nacionais e internacionais, seja no judô, handebol, futsal, vôlei, etc. Então, questionamos: as modalidades da Semel  estão paradas, o que pode ser feito?
- Boa vontade, não tem barreira. É difícil? Sim, mas tem como trabalhar sim. Tem que correr atrás; sempre corri atrás de parceiros e patrocínios, independente de Prefeitura - respondeu.
            André tem conhecimento das barreiras de trabalhar esporte, enfrentará a falta de estrutura física, humana e financeira.
            - Eu sei que Varginha não possui muita estrutura. A Prefeitura não possui ginásio para grandes eventos. Jogos importantes e competições profissionais. O que fomenta as escolinhas é quando você tem uma equipe principal.
E vai além: “Precisamos de estrutura para dinamizar o esporte. Por exemplo, você monta uma equipe em um certo bairro, trabalha na quadra daquele bairro e de repente chove durante uma semana, aí você volta a estaca zero”.

 Parceria com a comunidade

            A Semel tem 19 técnicos, não cobre o número de habitantes e de modalidades esportivas. Uma opção será cadastrar associações independentes para suporte e apoio a esses projetos: “Desde que estejam trabalhando corretamente”, disse.
            - É possível fazer chamamento público, dentro da lei do Marco Regulatório, e contribuir com esses trabalhos, abrangendo significativamente o atendimento a população. Existe mecanismo para ampliar as atividades, mesmo com pouco recurso!
Primeiro fazer a criança gostar do esporte para depois treinar
            Também é preciso movimentar as quadras e envolver a comunidade. Cuidar do bem público, ensinar que o patrimônio é da sociedade.
            - Meu sonho era Varginha ter ginásios. Equipes treinariam em dois períodos e a noite, envolver a comunidade no geral, com atividades de saúde e qualidade de vida.


Mobilizar para fomentar

Para brigar com grandes centros é preciso muito investimento. Falta mobilização e cultura de esporte no município. Varginha não tem um clube esportivo, como Caldense, CPN, Usipa, Praia Clube, etc. É uma cidade atípica na questão de esporte, onde tudo é bancado pela Prefeitura. 
André vai a busca de parcerias, com clubes, empresas e escolas. Não se intimida por aproveitar boas ideias:
- Eu conheço um pessoal em Jaraguá do Sul/SC, onde uma grande empresa doa uma verba, que é direcionada aos professores de educação física escolar para trabalharem extra turno. Então você tem cerca de 2 mil crianças praticando esporte e melhor, em ritmo de treinamento para competições. A cidade hoje forma atletas, com títulos nos Jogos Escolares, na Confederação e tem atletas em seleção brasileira.

Incentivo aos atletas

Hoje, o esporte compete com a tecnologia. O esporte traz custos diversos, seja transporte e material. Uma equipe esportiva requer muito mais que um técnico. “Precisamos de auxiliares, equipe de saúde, uniforme, bolas...”
            André vai trabalhar para oferecer apoio aos atletas, implantação do bolsa-atleta, vale transporte, bolsas de estudo e incentivo profissional.
            - A Semel precisa se reinventar. Vamos aproveitar um ensinamento dessa quarentena e incrementar as aulas virtuais (live’s), implantando vídeo-aula nos dias de chuva. O importante é não acomodar. É preciso trabalhar.

 Depoimentos de atletas

            Em quase duas décadas trabalhando o vôlei de Varginha, André tornou-se um mestre, transformando a vida de milhares de jovens através do esporte.
            Najara Santos Cesário começou a praticar vôlei aos 12 anos de idade, na Semel. Sua família não tinha nenhum atleta ou mesmo alguma identificação com esporte. Estudou Educação Física e atuava como monitora das escolinhas do Projeto Voleibol do Futuro. Com o tempo, quis aprimorar mais ainda sua formação profissional e investiu na segunda graduação: fisioterapia. Hoje, a Dra. Najara, sócia-proprietária da Humana Clínicas Integradas, é apoiadora do Projeto.


“O André para mim é um Paizão. Ele me ajudou tanto dentro de quadra, me ensinando como ser uma levantadora como fora de quadra me ensinando a lidar com responsabilidade, saudade da família e como ser uma pessoa melhor. Eu sinto muita falta de tudo que eu vivi e conquistei em Varginha e tendo ele como técnico. O André é uma pessoa maravilhosa, uma pessoa que posso contar a qualquer momento e um técnico extraordinário, como ele diz ‘sabe tirar leite de pedra’ ”.
Rose Evaristo


“André foi e continua sendo o grande responsável pela minha carreira no voleibol! Se não fosse ele eu não estaria onde estou!
Quando era mais nova, desisti várias vezes do esporte, mas o André sempre estava ali fazendo tudo que ele podia para que isso não acontecesse. Ele nunca desistiu de mim! Sempre foi um treinador, um pai, um grande amigo e sou eternamente grata a ele por tudo!
Desejo sempre sucesso e que Deus continue o abençoando!”
Gabriela Martins (Cubinho)


O “Alquimista do vôlei”

Imaginem uma equipe esportiva de escola pública, de uma cidade do interior, de um estado sem grande cultura esportiva. Agora imaginem essa equipe tornar-se bicampeã nacional dos Jogos da Juventude; e por fim, imaginem essa equipe tornar-se a quarta maior força no Campeonato Mundial.
            É mais difícil ainda imaginar todo o processo ao longo dessa caminhada. Foram muitos entraves! Desde documentação das atletas que sequer possuíam passaporte, até a greve dos caminhoneiros que parou o país.
            Pois bem, esse é o resumo da aventura do vôlei feminino de Varginha, há algumas décadas sob o comando de André Pereira. Sua rotina diária é de 12 horas de trabalho; sua equipe treina 7 horas por dia. 
- Tenho prazer em trabalhar. Por isso temos resultados. Se você quer fazer, não tem desculpa. As meninas do vôlei continuam treinando em casa, seja na república que tem 20 meninas, assim como as outras em suas próprias casas.
            André chega à Semel com o propósito de trabalhar para desenvolver o esporte varginhense. Questionado sobre dois fortes adversários, tempo (8 meses de gestão) e pandemia do COVI-19, a resposta foi enfática:
            - Tenho Deus!
E completa: “Não quero ser secretário de “gabinete”. Quero assistir treinos de todas as modalidades, quero trocar ideia com professores e com público. Aumentar os projetos da Semel: otimizar o trabalho de esporte.
            O Jornal PODIUM, que sempre torceu pelo desenvolvimento do esporte varginhense, acredita sim que muito em breve André será o “alquimista do esporte”.


2 comentários:

  1. o que ele vai fazer sobre os campeonatos da cidade.amador bairao veterano ele nem vai nos campos .

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  2. Parabéns pelo seu trabalho André, é transparente e com muitas idéias futuras. Sucessos a todos.

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