terça-feira, 7 de abril de 2020

Elias Chimoio contou sua história

             Uma pessoa do bem e de grande coração, Elias Reis Francisco, ou Chimoio, de 31 anos de idade, é um ótimo exemplo de bom atleta no mundo do futebol. Por incentivo dos pais, aos 8 anos começou nas escolinhas de futsal do Roma com grupos de amigos. “Significou muito pra mim! Foi uma oportunidade não só de me formar um jogador, mas também me formou um cidadão do bem”, afirma Elias.

Sua primeira competição foi por volta do ano 2000, em um campeonato pre-mirim pela equipe do Roma, no campo varginhense Nego Horácio. Todavia, Chimoio conta que não foi das melhores lembranças pois, na época, o time perdia muitos jogos devido a falta de jogadores nas competições:

“Nunca jogamos com time completo. Chegava no dia e sempre tinha alguém que não podia ir, na maioria por causa dos pais, então a gente joga faltando jogador. Além disso, os outros times eram escolinha já mais treinada que a nossa e, infelizmente, no nosso time, não tínhamos muito tempo para treinar.”

Seu primeiro título veio no Melão, em um campeonato curto, pelo Roma. Sempre com jogadores a menos, por conta de muito esforço conseguiram ser campeões invictos, vencendo as escolinhas tradicionais. “Fomos campeões apenas com sete jogadores na linha no primeiro jogo, e lembro que no segundo, chegou mais um. Imagina só, o campo do Melão, grande do jeito que é. Tivemos que correr em dobro”, conta

 A final foi contra a equipe Arte Disciplina, a escolinha do Palito. Na época, só um jogador podia ser escolhido para bater os três pênaltis. “Sempre fui o escolhido para bater, e graças a Deus sempre consegui converter todos”. Ademais, já foi campeão do Amador também, em 2012, pelo time do Corcetti.

Parou de jogar profissionalmente em 2012, depois de jogar no Guarani de Campinas durante cinco anos, disputando campeonatos regionais, Paulista e Copa do Brasil. Passou por experiências muito negativas nesses anos também, rompeu o ligamento cruzado e uma vez, ainda no futebol amador, disputando um amistoso pelo Registânea, quebrou a tíbia e a fíbula.

            “Essa experiência que adquiri durante anos no esporte me trouxe mais segurança. Nos primeiros anos, a noite anterior à um jogo sempre era cheia de um frio na barriga intenso - o que até era uma sensação gostosa, mas capaz de tirar o sono. Hoje em dia me sinto mais seguro, mais tranquilo”, afirma Chimoio.

“Todos os treinadores que já tive me ajudaram muito a ser quem sou agora. Busquei sempre escutar bastante o que eles tinham a nos ensinar, tendo certeza de que aquilo faria diferença para o meu futuro. E realmente fez, consegui chegar ao time do Guarani, que hoje (02 de abril, dia da entrevista) completa 109 anos. Sou muito grato a eles!”  

Muito admirado pelas pessoas a sua volta, por seu caráter do bem, Chimoio conta que se inspira no seu maior ídolo, seu pai. “Sempre me inspirei nele! Uma pessoa trabalhadora, humilde, guerreira. Que não tem maldade, sabe? Alguém com o coração muito bom. Sempre tentei observá-lo por isso. Suas atitudes.”

Mas Chimoio tem ótimas perspectivas para o futuro no esporte: “quero incentivar a garotada mais jovens que, nesse mundo tomado pelas redes sociais, quer praticar o esporte. E quanto a mim, hoje o futebol significa um hobby, uma distração, mas sem perder a competitividade. Quero continuar praticando esse ou algum outro tipo de exercício e academia, pela saúde também.”

Muito atencioso, Chimoio conta que sua maior alegria era ver seus pais na arquibancada torcendo por ele. “Minha maior decepção foi ter rompido o ligamento cruzado em 2008. É uma grande frustração não ter podido continuar no futebol, dar uma condição melhor para minha família”, se abre.

“Dica para aqueles menos iniciantes: procure ouvir os mais velhos e absorver o de melhor de cada - seu treinador, seus companheiros... isso fez uma baita diferença para mim!”


Texto: Maria Júlia Veloso


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