Uma pessoa do bem e de grande coração,
Elias Reis Francisco, ou Chimoio, de 31 anos de idade, é um ótimo exemplo de
bom atleta no mundo do futebol. Por incentivo dos pais, aos 8 anos começou nas
escolinhas de futsal do Roma com grupos de amigos. “Significou muito pra mim!
Foi uma oportunidade não só de me formar um jogador, mas também me formou um
cidadão do bem”, afirma Elias.
Sua primeira competição foi
por volta do ano 2000, em um campeonato pre-mirim pela equipe do Roma, no campo
varginhense Nego Horácio. Todavia, Chimoio conta que não foi das melhores lembranças
pois, na época, o time perdia muitos jogos devido a falta de jogadores nas
competições:
“Nunca jogamos com time
completo. Chegava no dia e sempre tinha alguém que não podia ir, na maioria por
causa dos pais, então a gente joga faltando jogador. Além disso, os outros
times eram escolinha já mais treinada que a nossa e, infelizmente, no nosso
time, não tínhamos muito tempo para treinar.”
Seu primeiro título veio no
Melão, em um campeonato curto, pelo Roma. Sempre com jogadores a menos, por
conta de muito esforço conseguiram ser campeões invictos, vencendo as
escolinhas tradicionais. “Fomos campeões apenas com sete jogadores na linha no
primeiro jogo, e lembro que no segundo, chegou mais um. Imagina só, o campo do
Melão, grande do jeito que é. Tivemos que correr em dobro”, conta
A final foi contra a equipe Arte Disciplina, a
escolinha do Palito. Na época, só um jogador podia ser escolhido para bater os
três pênaltis. “Sempre fui o escolhido para bater, e graças a Deus sempre
consegui converter todos”. Ademais, já foi campeão do Amador também, em 2012,
pelo time do Corcetti.
Parou de jogar
profissionalmente em 2012, depois de jogar no Guarani de Campinas durante cinco
anos, disputando campeonatos regionais, Paulista e Copa do Brasil. Passou por experiências muito negativas nesses anos também, rompeu o
ligamento cruzado e uma vez, ainda no futebol amador, disputando um amistoso
pelo Registânea, quebrou a tíbia e a fíbula.
“Essa experiência que adquiri durante
anos no esporte me trouxe mais segurança. Nos primeiros anos, a noite anterior
à um jogo sempre era cheia de um frio na barriga intenso - o que até era uma
sensação gostosa, mas capaz de tirar o sono. Hoje em dia me sinto mais seguro,
mais tranquilo”, afirma Chimoio.
“Todos os treinadores que já
tive me ajudaram muito a ser quem sou agora. Busquei sempre escutar bastante o
que eles tinham a nos ensinar, tendo certeza de que aquilo faria diferença para
o meu futuro. E realmente fez, consegui chegar ao time do Guarani, que hoje (02
de abril, dia da entrevista) completa 109 anos. Sou muito grato a eles!”
Muito admirado pelas pessoas a sua volta,
por seu caráter do bem, Chimoio conta que se inspira no seu maior ídolo, seu
pai. “Sempre me inspirei nele! Uma pessoa trabalhadora, humilde, guerreira. Que
não tem maldade, sabe? Alguém com o coração muito bom. Sempre tentei observá-lo
por isso. Suas atitudes.”
Mas Chimoio tem ótimas
perspectivas para o futuro no esporte: “quero incentivar a garotada mais jovens
que, nesse mundo tomado pelas redes sociais, quer praticar o esporte. E quanto
a mim, hoje o futebol significa um hobby, uma distração, mas sem perder a
competitividade. Quero continuar praticando esse ou algum outro tipo de
exercício e academia, pela saúde também.”
Muito atencioso, Chimoio
conta que sua maior alegria era ver seus pais na arquibancada torcendo por ele.
“Minha maior decepção foi ter rompido o ligamento cruzado em 2008. É uma grande
frustração não ter podido continuar no futebol, dar uma condição melhor para minha
família”, se abre.
“Dica para aqueles menos
iniciantes: procure ouvir os mais velhos e absorver o de melhor de cada - seu
treinador, seus companheiros... isso fez uma baita diferença para mim!”
Texto:
Maria Júlia Veloso
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