O Jornal PODIUM traz uma entrevista
exclusiva com o novo Secretário de Esportes de Lazer de Varginha. André “do vôlei” Pereira assumiu a Semel
com o propósito de massificar o esporte. “Se você quer ter esporte de
rendimento, é preciso dar oportunidade para muitos. Quanto maior o número de
alunos, mais chances de revelar atletas”, enfatizou.
Mas
o esporte de competição não é seu único propósito. Seu intuito de assumir a
Semel é organizar o esporte e voltar a ser referência na região. A princípio organizar
a Semel: organização, disciplina e massificação!
-
Comparado ao corpo humano, a Semel é o coração do esporte. Toda família tem uma
criança que necessita de atividade física. É a oportunidade de sair do
sedentarismo e, onde depois podem se profissionalizar ou simplesmente tornar-se
um adulto consciente dos valores do esporte -, disse André.
Varginha já revelou muitos
atletas que hoje estão em grandes clubes nacionais e internacionais, seja no
judô, handebol, futsal, vôlei, etc. Então, questionamos: as modalidades da
Semel estão paradas, o que pode ser
feito?
- Boa vontade, não tem
barreira. É difícil? Sim, mas tem como trabalhar sim. Tem que correr atrás; sempre
corri atrás de parceiros e patrocínios, independente de Prefeitura - respondeu.
André
tem conhecimento das barreiras de trabalhar esporte, enfrentará a falta de
estrutura física, humana e financeira.
-
Eu sei que Varginha não possui muita estrutura. A Prefeitura não possui ginásio
para grandes eventos. Jogos importantes e competições profissionais. O que
fomenta as escolinhas é quando você tem uma equipe principal.
E vai além: “Precisamos de
estrutura para dinamizar o esporte. Por exemplo, você monta uma equipe em um
certo bairro, trabalha na quadra daquele bairro e de repente chove durante uma
semana, aí você volta a estaca zero”.
Parceria com a comunidade
A
Semel tem 19 técnicos, não cobre o número de habitantes e de modalidades
esportivas. Uma opção será cadastrar associações independentes para suporte e
apoio a esses projetos: “Desde que estejam trabalhando corretamente”, disse.
-
É possível fazer chamamento público, dentro da lei do Marco Regulatório, e
contribuir com esses trabalhos, abrangendo significativamente o atendimento a
população. Existe mecanismo para ampliar as atividades, mesmo com pouco recurso!
Primeiro fazer a criança gostar do
esporte para depois treinar
Também
é preciso movimentar as quadras e envolver a comunidade. Cuidar do bem público,
ensinar que o patrimônio é da sociedade.
-
Meu sonho era Varginha ter ginásios. Equipes treinariam em dois períodos e a
noite, envolver a comunidade no geral, com atividades de saúde e qualidade de
vida.
Mobilizar para fomentar
Para brigar com grandes
centros é preciso muito investimento. Falta mobilização e cultura de esporte no
município. Varginha não tem um clube esportivo, como Caldense, CPN, Usipa,
Praia Clube, etc. É uma cidade atípica na questão de esporte, onde tudo é bancado
pela Prefeitura.
André vai a busca de
parcerias, com clubes, empresas e escolas. Não se intimida por aproveitar boas
ideias:
- Eu conheço um pessoal em
Jaraguá do Sul/SC, onde uma grande empresa doa uma verba, que é direcionada aos
professores de educação física escolar para trabalharem extra turno. Então você
tem cerca de 2 mil crianças praticando esporte e melhor, em ritmo de
treinamento para competições. A cidade hoje forma atletas, com títulos nos Jogos
Escolares, na Confederação e tem atletas em seleção brasileira.
Incentivo aos atletas
Hoje, o esporte compete
com a tecnologia. O esporte traz custos diversos, seja transporte e material. Uma
equipe esportiva requer muito mais que um técnico. “Precisamos de auxiliares, equipe
de saúde, uniforme, bolas...”
André
vai trabalhar para oferecer apoio aos atletas, implantação do bolsa-atleta,
vale transporte, bolsas de estudo e incentivo profissional.
-
A Semel precisa se reinventar. Vamos aproveitar um ensinamento dessa quarentena
e incrementar as aulas virtuais (live’s), implantando vídeo-aula nos dias de
chuva. O importante é não acomodar. É preciso trabalhar.
Depoimentos de atletas
Em
quase duas décadas trabalhando o vôlei de Varginha, André tornou-se um mestre,
transformando a vida de milhares de jovens através do esporte.
Najara
Santos Cesário começou a praticar vôlei aos 12 anos de idade, na Semel. Sua
família não tinha nenhum atleta ou mesmo alguma identificação com esporte. Estudou
Educação Física e atuava como monitora das escolinhas do Projeto Voleibol do
Futuro. Com o tempo, quis aprimorar mais ainda sua formação profissional e
investiu na segunda graduação: fisioterapia. Hoje, a Dra. Najara,
sócia-proprietária da Humana Clínicas Integradas, é apoiadora do Projeto.
“O André para mim é um Paizão. Ele me
ajudou tanto dentro de quadra, me ensinando como ser uma levantadora como fora
de quadra me ensinando a lidar com responsabilidade, saudade da família e como
ser uma pessoa melhor. Eu sinto muita falta de tudo que eu vivi e conquistei em
Varginha e tendo ele como técnico. O André é uma pessoa maravilhosa, uma pessoa
que posso contar a qualquer momento e um técnico extraordinário, como ele diz ‘sabe
tirar leite de pedra’ ”.
“André foi e continua sendo o grande
responsável pela minha carreira no voleibol! Se não fosse ele eu não estaria
onde estou!
Quando era mais nova, desisti várias
vezes do esporte, mas o André sempre estava ali fazendo tudo que ele podia para
que isso não acontecesse. Ele nunca desistiu de mim! Sempre foi um treinador,
um pai, um grande amigo e sou eternamente grata a ele por tudo!
Desejo sempre sucesso e que Deus
continue o abençoando!”
Gabriela
Martins (Cubinho)
O “Alquimista do vôlei”
Imaginem uma equipe
esportiva de escola pública, de uma cidade do interior, de um estado sem grande
cultura esportiva. Agora imaginem essa equipe tornar-se bicampeã nacional dos
Jogos da Juventude; e por fim, imaginem essa equipe tornar-se a quarta maior
força no Campeonato Mundial.
É
mais difícil ainda imaginar todo o processo ao longo dessa caminhada. Foram
muitos entraves! Desde documentação das atletas que sequer possuíam passaporte,
até a greve dos caminhoneiros que parou o país.
Pois
bem, esse é o resumo da aventura do vôlei feminino de Varginha, há algumas
décadas sob o comando de André Pereira. Sua rotina diária é de 12 horas de
trabalho; sua equipe treina 7 horas por dia.
- Tenho prazer em
trabalhar. Por isso temos resultados. Se você quer fazer, não tem desculpa. As meninas
do vôlei continuam treinando em casa, seja na república que tem 20 meninas,
assim como as outras em suas próprias casas.
André
chega à Semel com o propósito de trabalhar para desenvolver o esporte
varginhense. Questionado sobre dois fortes adversários, tempo (8 meses de
gestão) e pandemia do COVI-19, a resposta foi enfática:
-
Tenho Deus!
E completa: “Não quero ser
secretário de “gabinete”. Quero assistir treinos de todas as modalidades, quero
trocar ideia com professores e com público. Aumentar os projetos da Semel:
otimizar o trabalho de esporte.
O
Jornal PODIUM, que sempre torceu pelo desenvolvimento do esporte varginhense, acredita
sim que muito em breve André será o “alquimista do esporte”.