quinta-feira, 16 de abril de 2020

Marcelinho, um varginhense na elite do futsal brasileiro

                Quem acompanha a garotada em viagens pela região nos torneios de esporte, sabe que inúmeros crescem com o sonho de tornar-se um atleta profissional. Um varginhense apaixonado pelo futsal, e com experiência também nos campos, Willianson Alves Cruz, ou Marcelinho, de 33 anos, é um grande exemplo de sonho conquistado. O que começou por pura diversão, hoje, com muito orgulho e carinho, é o seu trabalho.
Marcelinho veio de uma família que sempre foi envolvida com o futebol, por isso começou a praticar ainda criança, sempre incentivado a seguir esse caminho, principalmente pelos pais. Aos dez anos, sua primeira equipe para ambos os esportes foi o Roma, do São Geraldo, com o treinador Airton e depois Paulo Fernandes, passando por muitos times nas categorias mirim e infantil. Foi nessa época sua primeira competição, um torneio na Vila Floresta. “Fomos campeões e eu ainda fui o artilheiro, conquistando minha primeira medalha”, lembra Marcelinho.
            Aos quatorze anos, começou a ficar mais sério e entrou para a escolinha de futsal do professor Evadson, que na época treinava a seleção da cidade no clube VTC. Jogou com a equipe campeonatos regionais como JOJU, Sul Mineiro, JIMI, EPTV e outros. Já nos campos, atuou pelo time do seu bairro, o Corcetti, onde também jogaram campeonatos importantes, e pôde ser campeão Bairrão e Amador. “Esse foi um tempo muito bom”, relembra Marcelinho. 
            Até que chegou a sua primeira oportunidade de sair de sua cidade natal e tentar seguir carreira no futsal profissional. Foi para Santa Catarina jogar pela Unisul, uma equipe de Liga Nacional. “Saí em 2006, com dezenove anos. Tive muito frio na barriga no começo por não saber como seria - aquelas sensações normais da primeira vez - mas depois as coisas foram ficando boas. Conheci outras cidades e culturas muito bacanas. Esse foi o começo de uma nova etapa, logo depois Atlético-MG e Minas-TC. Até que vim para o Rio Grande do Sul, onde estou desde 2008”.
            Em fevereiro de 2009, parou por um tempo pois sofreu um acidente de moto e teve que passar por uma cirurgia no joelho, retornando apenas em 2011. “Acredito que eu estava em um momento importante e, sem esses dois anos parados, talvez tivesse ido por um outro caminho no esporte. Mas não vejo isso exatamente como uma frustração, acabei muito contente no rumo que segui”.
            O atleta conta que seus treinamentos sempre foram muito intensos. “A profissão em si já é muito difícil, passamos muito tempo longe de casa, da família, namorada, amigos. Além disso, a rotina de treino é pesada: de manhã e à tarde - e deve ser assim mesmo, porque os campeonatos são muito árduos, com equipes de qualidade. A quarentena complicou um pouco mais as coisas, mas ainda assim fazemos treino em casa ou, sempre que dá, alguma coisa fora, como corrida ou treino individual”, conta.
            “Meu maior orgulho é justamente ter uma carreira nesse mundo, porque sei que não é fácil entrar. Tive muitas alegrias, mas acho que a maior foi poder vestir a camisa do time para o qual torço, Atlético Mineiro. Também foi maravilhoso termos sido campeões em 2006 e 2007 (no último, fui inclusive artilheiro), porque quando criança sonhava com um momento assim”. 
            “Graças a Deus consegui jogar em equipes grandes do futsal nacional, ser campeão por elas e jogar em campeonatos importantes da modalidade à nível estadual e nacional, como a Taça Brasil. Para mim, saindo de uma família simples, enfrentei muita barreiras a vida toda, até hoje - desde o fato de ser jogador de fora do estado e até mesmo preconceito.  Além do mais, quando sofri acidente e passei por cirurgia, muita gente falou que nunca mais voltaria a jogar, mas felizmente, até hoje estou aqui jogando em alto nível. Então é, tenho muito orgulho de ter conseguido superar essas coisas”.
            Marcelinho diz que no futsal tem admiração por muitos, mas que o Falcão, sem dúvida foi maior. “Porém os meus pais para mim são os maiores ídolos. Por serem os que sempre me apoiaram, mesmo no começo, com dificuldades, faziam o possível para me dar o suporte para eu continuasse jogando”. 
            Espera nesse momento que passe essa situação logo, para voltarem o quanto antes a fazer o que gostamos. “Queria agradecer primeiro a Deus, por me dar saúde e força para nunca desistir. Aos meus pais, irmãos e minha família por sempre me apoiar. Minha namorada e amigos por sempre torcerem pelo meu sucesso. E todos amigos que fiz desde criança, os treinadores e diretores que conheci”.  
            - Queria agradecer também vocês, do Jornal PODIUM, por valorizarem as pessoas do esporte da nossa cidade. Espero que Varginha olhe mais para o nosso esporte, de onde já saiu muitos craques e com certeza tem muitos ainda por vir. Que possamos ajudar para que, quem sabe um dia, Varginha se torne referência no esporte e principalmente no futsal. É uma ferramenta muito potente na formação do ser humano, hoje tenho certeza disso.
            “Para os mais novos, aconselho que acredite naquilo que sonha. Se for no esporte, que seja sempre dedicado naquilo que faz. Seja humilde em ouvir e tente aprender sempre”.

Texto: Maria Júlia Veloso

2 comentários:

  1. Muito orgulho de você na sua jornada pelo futsal até aqui ,merece tudo de melhor! ♥️🙏

    ResponderExcluir
  2. Craque,jogou comigo na base e para mim uma lenta,um exemplo de atleta.

    ResponderExcluir