“Simplesmente voe como uma borboleta,
ferroe como uma abelha”
Por
Douglas Aleixo
Neste artigo inaugural,
pretendo relembrar de forma breve, mas intensa a vida e trajetória esportiva de
Cassius Marcellus Clay Jr. ou simplesmente Muhammad Ali-Haj, já convertido ao
Islamismo na fase adulta.
Eleito o mais genial
pugilista já existente em todo sistema solar, combativo na categoria Peso
Pesado e dono de uma elegância estratosférica, Ali é considerado unanimidade
entre a grande maioria dos amantes da arte dos punhos fechados.
Nascido nos Estados Unidos
da América na cidade de Louisville no estado do Kentucky no ano de 1942, Ali se
viu envolvido pelo universo do Boxe como uma grande possibilidade de canalizar
toda sua revolta motivada pela adversidade social, pobreza e raiva em relação
ao preconceito sofrido por ele e a maioria esmagadora dos negros americanos.
Convidado aos 12 anos de
idade pelo Xerife de sua cidade para treinar boxe, devido ao flagrante de Ali
estar batendo em um ladrão por roubar sua bicicleta, ele se revelou um portador
de um talento nato, técnica apurada, físico acima da média com sua grande
envergadura, Ali também era detentor de uma fala agressiva e língua afiada, o
famoso trash talk, capaz de penetrar na mente de seus oponentes, de tal modo a
destruir qualquer foco e estratégia pré-existente.
Com uma fala totalmente
peculiar e única, se dava ao luxo de afirmar com convicção qual round iria
nocautear seu oponentes, que, diga-se de passagem, muitas vezes acertada.
Ali se viu envolvido em
várias polemicas durante sua vida, tendo como mais contundente a destituição de
seu título mundial de Boxe devido a sua recusa expressa em lutar na Guerra do
Vietnã em 1967.
Frases de Muhammad Ali sobre a Guerra do
Vietnã
“Se eu pensasse que a
guerra traria liberdade e igualdade a 22 milhões de pessoas do meu povo, eles
não precisariam me obrigar, eu me juntaria a eles amanhã mesmo. Não tenho nada
a perder por sustentar minhas crenças. Então, vou para a prisão, e daí? Nós
estivemos na prisão por 400 anos."
“Fui avisado de que essa
atitude me custaria milhões de dólares. Mas eu já disse isso uma vez e vou dizer
de novo. O inimigo real do meu povo está aqui. Não vou desgraçar minha
religião, meu povo ou a mim mesmo tornando-me um instrumento para escravizar
aqueles que estão lutando por justiça, liberdade e igualdade”…
“Por que me pedem para
vestir um uniforme e me deslocar 10.000 milhas para lançar bombas e balas no
povo marrom do Vietnam, enquanto os negros de Louisville são tratados como
cachorros, sendo-lhes negados os mais elementares direitos humanos? Não, não
vou viajar 10.000 milhas para ajudar a assassinar e queimar outra nação pobre
para que simplesmente continue a dominação dos senhores brancos sobre os povos
de cor mais escura mundo afora. É hora de tais males chegarem ao fim”.
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Depois de três anos e meio
de exílio, retorna de forma amena sendo derrotado por Joe “Smoking” Frazier,
contudo inicia sua caminhada rumo ao topo, sendo protagonista junto com George
Foreman na famosa luta do Zaire, hoje Republica Democrática do Congo,
considerada por muitos como a “LUTA DO SÉCULO”.
Logo ao chegar ao topo, se
vê ameaçado por Leon Spinks onde numa decisão por pontos é derrotado, mas com a
revanche avassaladora retoma seu cinturão.
Ali, diante de várias
controvérsias na vida particular e desportiva, sai do esporte Campeão com o 56
Vitórias (37 nocautes, 19 decisões), 5 Derrotas (4 decisões, 1 TKO), 0 Empates,
prestigiado como um atleta quase imbatível e de convicções defendidas com
agressividade e eloquência mortal.
Acometido pela Doença de
Parkinson, Ali encerra sua passagem neste plano no dia 03 de Junho de 2016 aos
74 anos, devido a complicações de doença degenerativa, problemas respiratórios
que resultaram em choque séptico.
Cassius Marcellus Clay Jr.
ou Muhammad Ali-Haj partiu deixando uma mensagem de luta contra o racismo, preconceito
multifacetado, segregação racial, sendo defensor da liberdade religiosa e da
luta incondicional por suas convicções!
* Douglas da Silva Aleixo, Advogado,
Licenciado em Filosofia e
entusiasta do esporte. Colaborador do Jornal PODIUM
Excelente matéria sou mulher e não muito fã de esporte, mais a matéria atraiu minha curiosidade para ler toda, parabéns Douglas
ResponderExcluirExcelente matéria,isso faz bem pra alma muito bem lembrado.
ResponderExcluirParabéns Douglas da Silva Aleixo!
Parabéns pela matéria , Ali foi um fenômeno e será lembrado pela eternidade no mundo do esporte.
ResponderExcluirMuito boa a matéria , clara, objetiva e de agradável leitura.
Excelente matéria.
ResponderExcluirPrecisamos de conteúdo de qualidade, de história de pessoas reais que mudaram a história com suas ações e não com sua lábia.
Parabéns.
Parabéns pela matéria, muito interessante a história e muito bem descrita na matéria!!!
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