quarta-feira, 10 de junho de 2020

Flávio Papali conta sua história

Nome: Flávio Papali

Idade: 46 anos

Esportes: Ciclismo


Começou a praticar com 25 anos, quando viu um amigo treinando com uma bicicleta de speed. “Fiquei louco no momento em que vi a bike. Pedi para me deixar dar uma volta e acabei comprando-a. Foi paixão à primeira vista, desde então nunca mais parei de rodar.” Assim, começou com os treinamentos sérios e participando de vários campeonatos.

No começo o ciclismo significou um aprendizado muito grande de várias descobertas que só ele mostra, com suas táticas, técnicas, estratégias e os segredos das bikes de estrada. Apaixonei pelo ciclismo pelos equipamentos leves, treinos coletivos nas rodovias e pelas corridas. Através do ciclismo, construí uma história com vários amigos, viagens, corridas em outros lugares, alguns títulos, vitórias e derrotas, e o mais importante, ter o reconhecimento dos amigos e boas lembranças na cabeça. Significa que não se pode vencer sempre, mas desistir jamais.”

Sua primeira competição foi em Poços de Caldas, na Corrida da Comarca Média Paulista Ciclismo, em 1996. “Foi bem tenso, nunca tinha competido e não tinha ideia como era dentro de um pelotão”, conta. Já sua primeira vitória veio no ano seguinte, em Poços de Caldas, na categoria estreante. Desde então, Papali conquistou diversos títulos regionais e estaduais ao longo da carreira.

A rotina de treino Flávio chegou a ser bem intensa, com técnicos muito bons, entre eles Joselito e José Rubens Delia. Planilhas de treinos diários, chegando a andar 700 km por semana, “preparação física e alimentação sempre acompanhado por um profissional”. Na quarentena continua treinando, mas agora com alguns cuidados. Sempre sozinho, evitando andar em grupos, indo para estrada e diminuindo a intensidade para não sobrecarregar o pulmão.

A parte mais difícil é a falta de investimentos das empresas. Os patrocinadores não ajudam e o gasto com viagens, como alimentação, hotel, gasolina e outros fica caro demais para o atleta se manter sozinho. Sem retorno nenhum, isso acaba ficando difícil demais e alguns param por conta disso.” afirma Flávio.

Meu maior orgulho foi ter meu filho no ciclismo durante alguns anos comigo, minha maior alegria foi vê-lo ser Campeão Brasileiro de Ciclismo. Tenho orgulho de ser um pai que só deu exemplos bons para todos os amigos e familiares. Minha maior decepção foi vê-lo e a alguns amigos de equipe parar com o esporte por falta de patrocínio e investimentos das equipes para os atletas se manterem, jogar uma história de anos fora por falta de verba.”

Seu maior ídolo é o lendário Lance Armstrong. “Ele me inspirava por seu foco, determinação, disciplina e coragem para suportar as pressões. Eu procuro não deixar nada me atrapalhar e focar sempre nos treinos, estar no meio de quem pratica o ciclismo. Futuro para mim agora é tentar manter os treinos e continuar com os amigos enquanto Deus permitir.”

Flávio agradece a todos que o ajudaram de alguma forma, amigos e familiares que o acompanharam durante muitos anos. “Sempre torceram muito por mim. Também não poderia deixar de agradecer o Sr. Paulo Veloso, por ter feito nossa cidade conhecer o verdadeiro ciclismo profissional, sem ele nada disso teria acontecido. O ciclismo de Varginha foi e sempre será grato a ele e a Renata por nos presentear com várias corridas de ciclismo.”

            A dica para quem está começando é sempre perguntar para quem sabe, que tem mais experiência, para que não saiam gastando dinheiro em equipamentos errados, treinando errado e investindo em corridas que não têm reconhecimento. Procure começar no ciclismo em categorias de base, para ter uma formação certa, até a elite, é claro, com quem conhece do esporte. Se você gosta mesmo e quer praticar o ciclismo sério, tente achar uma equipe que lhe dê condições. Procure ser melhor para você mesmo, evoluir e dar valor a cada suor derramado nos treinos. E nunca desistir dos seus sonhos, que um dia você vai chegar ao topo.”

Texto: Maria Júlia Veloso

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