Idade: 46 anos
Esportes: Ciclismo
Começou a praticar com 25
anos, quando viu um amigo treinando com uma bicicleta de speed. “Fiquei louco no momento em que vi a bike.
Pedi para me deixar dar uma volta e acabei comprando-a. Foi paixão à primeira
vista, desde então nunca mais parei de rodar.” Assim, começou com os
treinamentos sérios e participando de vários campeonatos.
“No começo o ciclismo significou um aprendizado muito grande de várias
descobertas que só ele mostra, com suas táticas, técnicas, estratégias e os
segredos das bikes de estrada. Apaixonei pelo ciclismo pelos equipamentos
leves, treinos coletivos nas rodovias e pelas corridas. Através do ciclismo,
construí uma história com vários amigos, viagens, corridas em outros lugares,
alguns títulos, vitórias e derrotas, e o mais importante, ter o reconhecimento
dos amigos e boas lembranças na cabeça. Significa que não se pode vencer
sempre, mas desistir jamais.”
Sua primeira competição
foi em Poços de Caldas, na Corrida da Comarca Média Paulista Ciclismo, em 1996.
“Foi bem tenso, nunca tinha competido e
não tinha ideia como era dentro de um pelotão”, conta. Já sua primeira
vitória veio no ano seguinte, em Poços de Caldas, na categoria estreante. Desde
então, Papali conquistou diversos títulos regionais e estaduais ao longo da
carreira.
A rotina de treino Flávio
chegou a ser bem intensa, com técnicos muito bons, entre eles Joselito e José
Rubens Delia. Planilhas de treinos diários, chegando a andar 700 km por semana,
“preparação física e alimentação sempre acompanhado por um profissional”. Na
quarentena continua treinando, mas agora com alguns cuidados. Sempre sozinho,
evitando andar em grupos, indo para estrada e diminuindo a intensidade para não
sobrecarregar o pulmão.
“A parte mais difícil é a falta de investimentos das empresas. Os
patrocinadores não ajudam e o gasto com viagens, como alimentação, hotel,
gasolina e outros fica caro demais para o atleta se manter sozinho. Sem retorno
nenhum, isso acaba ficando difícil demais e alguns param por conta disso.”
afirma Flávio.
“Meu maior orgulho foi ter meu filho no ciclismo durante alguns anos
comigo, minha maior alegria foi vê-lo ser Campeão Brasileiro de Ciclismo. Tenho
orgulho de ser um pai que só deu exemplos bons para todos os amigos e
familiares. Minha maior decepção foi vê-lo e a alguns amigos de equipe parar
com o esporte por falta de patrocínio e investimentos das equipes para os
atletas se manterem, jogar uma história de anos fora por falta de verba.”
Seu maior ídolo é o
lendário Lance Armstrong. “Ele me
inspirava por seu foco, determinação, disciplina e coragem para suportar as
pressões. Eu procuro não deixar nada me atrapalhar e focar sempre nos treinos,
estar no meio de quem pratica o ciclismo. Futuro para mim agora é tentar manter
os treinos e continuar com os amigos enquanto Deus permitir.”
Flávio agradece a todos
que o ajudaram de alguma forma, amigos e familiares que o acompanharam durante
muitos anos. “Sempre torceram muito por
mim. Também não poderia deixar de agradecer o Sr. Paulo Veloso, por ter feito
nossa cidade conhecer o verdadeiro ciclismo profissional, sem ele nada disso
teria acontecido. O ciclismo de Varginha foi e sempre será grato a ele e a
Renata por nos presentear com várias corridas de ciclismo.”
“A dica para quem está começando é sempre perguntar
para quem sabe, que tem mais experiência, para que não saiam gastando dinheiro
em equipamentos errados, treinando errado e investindo em corridas que não têm
reconhecimento. Procure começar no ciclismo em categorias de base, para ter uma
formação certa, até a elite, é claro, com quem conhece do esporte. Se você
gosta mesmo e quer praticar o ciclismo sério, tente achar uma equipe que lhe dê
condições. Procure ser melhor para você mesmo, evoluir e dar valor a cada suor
derramado nos treinos. E nunca desistir dos seus sonhos, que um dia você vai
chegar ao topo.”
Texto: Maria Júlia Veloso
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