sexta-feira, 26 de junho de 2020

Andinho conta sua história

Anderson Ezequiel de Souza Filho

Apelido: Andinho

Idade: 24 anos

Ciclismo BMX Racing

            Começou a praticar aos quatro anos, quando seu pai o levou na pista de bicicross de Varginha, com a intenção de praticar para que, mais tarde, migrasse para o motocross. Porém, Andinho se apaixonou pelo BMX e nunca mais parou, estando hoje entre os maiores destaques do Brasil no ranking internacional.

            O esporte me ensinou e me ensina muito até hoje. Ele representa a minha vida inteira e para mim tem um significado de que jamais devemos desistir de nossos sonhos, mas sempre dar o nosso melhor para que eles se realizem!”, afirma.

            Sua primeira competição foi em Poços de Caldas/MG, quando tinha 7 anos de idade. Ficou em último lugar, mas, ao voltarem para casa, seu pai comprou uma bicicleta mais específica para o BMX.  E treinamos por três meses, até outra competição também em Poços e, então, eu consegui vencer na minha categoria.” 

            Essas duas competições foram as que deram início à minha carreira e significaram muito para mim, porque foi a partir daí que meus pais viram que eu realmente tinha potencial. Desde então, eles me apoiaram com tudo que tinham para que eu alcançasse meus objetivos dentro do esporte.”

            Seu primeiro título foi o de Campeão Paulista em 2004, depois das primeiras competições em 2003, em que Anderson e seu pai começaram a treinar e aprender diariamente sobre o BMX. “Esse é um dos campeonatos mais fortes do Brasil até hoje, e eu consegui sair como Campeão do Ranking Final e de algumas etapas do Campeonato Brasileiro.”

            Com o passar dos anos, sempre com o apoio da família, passou a se destacar nas competições nacionais e até internacionais que aconteciam dentro do Brasil, porque na época ainda não tinha condições para competir fora. Foi multicampeão Brasileiro e Paulista nas categorias de base, até que se tornou profissional com 17 anos, e entrou para a Seleção Brasileira de BMX.

            Além do meu pai, tive vários treinadores e pessoas que me ajudaram até os 16 anos. Depois, comecei a treinar com Domingos Lammoglia, meu atual treinador. A partir daí, as coisas começaram a ficar mais sérias.” 

            Alguns anos depois decidiu, com ajuda de seus pais e treinador, que para sua evolução, deveria me mudar para os Estados Unidos. Foi então que foi morar na casa do próprio treinador e realmente passou a viver o BMX.

            Com alguns anos de evolução, junto com o trabalho do treinador, em 2018 foi o 3º colocado no Campeonato Mundial em Baku, no Azerbaijão; medalha de Prata nos Jogos Pan Americanos de Lima 2019; três vezes Campeão Continental; e hoje está em busca da vaga para os Jogos Olímpicos no Japão em 2021. Atualmente, mora e treina em Orlando/EUA e representa a Seleção Brasileira em todas as competições internacionais.

            O BMX significa tudo para mim. Tudo o que conquistei e todos os sonhos que eu tenho, é graças a ele. Não sei o que seria de mim se não fosse o esporte.”

            Sua rotina de treinamento é bem difícil. Andinho treina 6 dias na semana, 2 vezes por dia. Procura fazer uma dieta de acordo com suas necessidades, e sempre se recuperar bem entre uma sessão e outra, além de ter boas noites de sono. “Acredito que não tenha uma parte que seja mais difícil que as outras para mim, o conjunto de tudo deixa ela bem difícil. Mas tenho muito amor por tudo que eu faço. Mesmo sendo difícil, eu me divirto fazendo o que amo - acho que isso é o mais importante.”

            Tenho orgulho de nunca ter desistido, em meio a tanta dificuldade que nós temos no Brasil, em termos de apoio ao esporte e estrutura financeira. Consegui passar por cima disso tudo e hoje estou realizando um sonho, que é viver do BMX.” 

            O que me frustra bastante é a falta de reconhecimento que a maioria dos esportes tem no Brasil, pois sei que temos muitos talentos escondidos por falta de oportunidade e apoio. Acredito que a bike tem um poder muito grande na sociedade e que, se tivéssemos mais incentivos dentro do esporte, conseguiríamos formar mais campeões, não só em Varginha, mas em todo Brasil.”

            Seu ídolo dentro do meu esporte é um ex-piloto da Austrália, Sam Willoughby. Sempre o inspirou por ter sido um atleta muito disciplinado e consistente - é o atleta que tem mais vitórias dentro do BMX. 

            Procuro dar o melhor em tudo que faço, seja na hora do treino, na alimentação ou na hora de descansar, e fazer tudo com muito amor. Acho que esse é segredo para o sucesso.

            Andinho pretende continuar seus treinamentos para as próximas competições que irão acontecer no final do ano, e conquistar mais uma medalha no Campeonato Mundial e nas etapas da Copa do Mundo do ano que vem.

            Gostaria de agradecer primeiramente a Deus, por tudo que tenho conquistado. Agradecer também a minha família; meu treinador Domingos Lammoglia; meus amigos; todos meus patrocinadores e pessoas que sempre torceram e me apoiaram de alguma forma. Todos tiveram um papel muito importante na minha carreira, e sem eles hoje eu não estaria realizando tudo que estou.”

            O esporte ainda me ensina bastante, mas o que eu sempre vou levar comigo é: você pode conquistar tudo o que deseja, basta você acreditar e trabalhar duro.”


Texto: Maria Júlia Veloso

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