sexta-feira, 20 de março de 2020

Amanda Ribas revela bastidores de UFC sem torcida e pede união contra o coronavírus

Fonte: G1 Sul de Minas
Por Franco Junior, GloboEsporte.com — Varginha, MG

Lutadora de Varginha (MG) vivia expectativa por estreia no Brasil pela competição e revela que “era ou sem torcida ou sem UFC”

Após meses de preparação e vivendo a expectativa de estrear no Brasil pelo UFC, Amanda Ribas soube dois dias antes da luta contra a iraquiana Randa Markos que o evento seria sem torcida. A brasileira, natural de Varginha (MG), conseguiu a terceira vitória no terceiro combate na competição. Mesmo com a ausência do calor do torcedor brasileiro na arena, a atleta peso-palha manteve a invencibilidade na categoria.
            Em entrevista ao GloboEsporte.com, Amanda Ribas revela os bastidores do UFC sem torcida por conta do cornavírus. De acordo com ela, quando saiu dos Estados Unidos e veio ao Brasil estava uma situação controlada, ainda não era feito exame algum em aeroportos para verificar a presença do vírus e a recomendação era para que fosse consumida muita água. Pelo desenrolar dos fatos antes do evento, a sul-mineira destaca que “era ou sem torcida ou sem UFC”.
            - Quando cheguei a Brasília, voltei a treinar, estava focada nos treinos e, na quinta-feira [dois dias antes da luta], começou os murmúrios de que o UFC ia ser cancelado por conta do coronavírus, porque é uma aglomeração de gente. Aí já bateu o desespero, pois já estava no final do camp [série de treinos], todo mundo com o peso quase batido praticamente. A gente ficou muito ansioso para saber se ia ter a luta ou não. Eles então fizeram o evento fechado – detalhou.

Bastidores: idas e vindas do hotel e só 100 pessoas na arena
Para que o UFC não fosse cancelada, a organização limitou o acesso à arena de Brasília para no máximo 100 pessoas no local. Por conta disso, os lutadores só iam para o recinto momentos antes da luta, ao contrário do que normalmente ocorre, em que eles fazem procedimentos como bandagem, exames e aquecimento, por exemplo, já no ginásio. 
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            - Foi uma experiência única, porque geralmente a gente chega na arena umas três quatro horas antes da luta. Como só podiam 100 pessoas dentro da arena foi muito doido, porque a gente fazia tudo no hotel enquanto estava acontecendo uma luta. Quando acabava uma luta quem estava no hotel já ia correndo para a arena e quem acabou o combate já voltava para o hotel, para não tem mais de 100 pessoas dentro da arena – relembrou a brasileira.
            Amanda Ribas vivia antes da luta a expectativa de estrear na categoria em solo brasileiro. Entretanto, ela destaca a decisão como importante pela situação que vinha se agravando e a preocupação da organização com todos os atletas.
            - Em relação ao público, não tinha ninguém e quem assiste UFC está acostumado com o barulho, ainda mais no Brasil, que ficam os gritos de guerra. Na entrada eu estava tão concentrada que não senti, só quando acabou a luta que senti falta de gritar com a galera. Acabou a luta e fomos direto para o hotel, pois os exames e as entrevistas foram lá. O UFC sempre falando que qualquer sintoma e qualquer sinal era para procurá-los, porque são muitas pessoas, de muitos países. Tinha iraquiana, russo, americano. Graças a Deus ninguém tinha nada.

Todos juntos no combate contra o coronavírus
Acostumada com os treinamentos longos para os combates como o do UFC, Amanda Ribas pede união neste momento em que a luta é contra o inimigo invisível. Ela destaca que se cada um fizer sua parte, a vitória vai vir.
            - Agora está grave no Brasil [o coronavírus], mas, se a gente se cuidar, ficar em casa, se hidratar e combater juntos, vamos vencer [o vírus]. Sozinhos não somos nada, mas se cada um fizer sua parte, a gente consegue detonar esse vírus - afirmou.


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