quarta-feira, 13 de novembro de 2019

Jonathan Henrique, de Varginha para as Olimpíadas em 2012


                    Um dos sonhos de todas as cidades, principalmente do interior, é ter um de seus habitantes em destaque pelo mundo, certo? Seja ele no mundo da moda, das celebridades, dos esportes, entre outros. E isso ocorreu em Varginha, no entanto pouca gente sabe desse fato.
            Trata-se de Jonathan Henrique Silva, ex-atleta profissional de atletismo na modalidade de salto triplo. Jonathan, hoje com 28 anos, teve uma ascensão meteórica na carreira. Em 2004, ainda com apenas 13 anos, o jovem varginhense dava seus primeiros passos, ou melhor seus primeiros saltos na carreira. O começo de Jonathan foi treinando na SEMEL de Varginha, com o técnico Clóvis Milleu, que segundo o próprio Jonathan foi um dos seus principais percussores na jornada esportiva.
            O ainda adolescente na época, tinha sonhos grandes e ambiciosos para carreira no esporte, entretanto seu coração ficava dividido entre futebol e atletismo, foi quando ele decidiu pelo atletismo. A partir daí, uma nova meta foi lançada para Jonathan, meta essa que ele mesmo colocou na sua vida, que era de conseguir medalhas em nível nacional e até mesmo internacional. Ele já não queria ficar apenas em âmbito municipal e estadual disputando competições regionais.
            E em 2007, Jonathan foi para a disputa do Campeonato Brasileiro de Menores, mas não conseguiu medalhas; no mesmo ano disputou o Campeonato Brasileiro Escolar, na Paraíba e novamente o resultado foi sem premiações. Jonathan não desistiu, ao contrário, se motivou ainda mais pela busca de seu sonho, e em 2008 uma grande porta se abriu para aquele jovem de 17 anos, tratava de um convite para morar e treinar no Centro de Excelência de São Paulo, o antigo Projeto Futuro, e lá se foi aquele jovem garoto atrás de seu grande objetivo. 
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            Jonathan é enfático em dizer que a base de treinamentos adquirida com Clóvis Milleu foi fundamental para todo avanço de sua carreira. Já em São Paulo, ele passaria de atleta ainda amador, para um nível mais avançado de treinamento, e enfim os resultados começaram a aparecer, como Campeão Brasileiro de Menores, depois Pan-americanos de Menores, entre outras conquistas. No final daquela temporada, Jonathan subiu mais um degrau na sua vida atlética, o atleta naquela altura já era considerado “juvenil” - uma outra categoria devido a idade, e mais uma vez os resultados foram os melhores possíveis, como: campeão em vários campeonatos Sul-Americano, finalista Mundial, campeão Pan-Americano e líder do ranking nacional da categoria. 
            Os anos de 2009 e 2010 foram difíceis para Jonathan, várias lesões o afastaram das pistas, contudo ele ainda conseguiu ser campeão em torneios de menores expressões.
Já recuperado das lesões foi a hora da carreira de Jonathan alcançar ao seu ponto máximo. Em 2011 e 2012 o auge do sucesso batia a porta daquele jovem talento, após conseguir o índice olímpico para Londres 2012. Naquela altura ele já era considerado um dos melhores na modalidade, em 7º no ranking da IAAF (maior instituição do atletismo) era a hora de seu maior de desafio, as Olímpiadas de Londres daquele ano; a experiência mesmo sem medalhas, foi muito válida e única nos contou Jonathan.
            No entanto, os próximos anos seriam os mais difíceis para Jonathan. A carreira de um atleta de alto rendimento é movida não apenas pelo físico, mas também pela mente, e foi aí que Jonathan encontrou sua maior barreira na vida, em meados de 2014 até o começo de 2015, o ex-atleta olímpico encarou uma depressão que o afastou de vez dos esportes. 

            E em 2016, o fim da carreira como atleta profissional. Jonathan conta que no começo muita gente não sabia o motivo dessa decisão, e até hoje pessoas perguntam o porquê de ter largado o esporte que naquele momento era seu auge. “Não é fácil cara, atletas de alto nível tem de seguir uma linha reta, onde físico e mente devem andar juntos, caso contrário você não conseguirá mais nada. Eu até estava bem fisicamente, porém minha mente não estava mais focada no esporte, e foi quando eu decidi por me aposentar dessa vida”, disse Jonathan.
            O recomeço a partir daquele momento não foi nada fácil, Jonathan voltou para Varginha onde hoje leva uma vida tranquila e segue uma rotina normal. “Sigo trabalhando, hoje levo uma vida longe dos holofotes, trabalho com um amigo, sou auxiliar de entregas, vou na academia e sempre quando tenho um tempo, jogo futebol com meus amigos”, completou.
            Por último, foi reportado o assunto incentivo tanto para ele quanto para o esporte, e Jonathan foi duro em sua posição. “O incentivo vem cara, mas só depois que você já é considerado um ‘grande’ na modalidade, antes disso meu principal incentivador era eu mesmo e algumas outras pessoas que posso contar nos dedos. Incentivar quando você já está lá no auge é fácil. Isso deveria acontecer desde o começo da carreira, não precisa ser dinheiro; um tênis para praticar o esporte, sapatilhas, ou algum plano de saúde para se tratar com fisioterapeutas, isso já faz toda diferença e eu só tive isso quando já era um atleta profissional, daí fica fácil”, comenta.
            Sobre a cidade, Jonathan também tem uma postura forte e garante que apesar de tudo não guarda mágoas: “Eu sou muito mais reconhecido fora de Varginha do que propriamente aqui, e isso me dói as vezes, eu levei o nome de Varginha para o mundo, para uma Olímpiada!”

Alisson Marques, estudante de jornalismo no UNIS.
Estagiário no Jornal PODIUM
  

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