quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

Qual é o seu esporte com Prof. Gabriel Pereira Sobrinho

Nome: Gabriel Pereira Sobrinho
Cidade: Paraguaçu - MG
Profissão: Profissional de Educação Física (Bacharel), Técnico de Esportes, Árbitro de Atletismo e Futsal.
Esporte favorito: Vôlei

Defenda esse esporte:
Falar dos benefícios dos esportes, em geral, é muito fácil nos tempos de hoje. Temos, a cada dia, uma maior consciência e um número crescente de pessoas a buscar esses benefícios nas suas práticas e em todos os locais disponíveis. Assim como nossa vida passa por transformações, o ser humano está, a todo momento, à procura de ter uma qualidade de vida melhor. O que é muito louvável em se tratando de uma vida bastante corrida dos dias atuais e com diversos compromissos assumidos, os quais podem trazer uma deficiência para o nosso organismo.
Aliado a isto, o fator de acomodação dos dias atuais faz as estatísticas da falência de nossa saúde crescerem assustadoramente. Por isto, a grande maioria de nossa população parte para a prática de fazer caminhadas, nadar, fazer academias normais e da terceira idade, dançar e praticar os seus esportes favoritos. Quanto ao vôlei, seus benefícios são vários na parte física, mas para mim o importante é a socialização. Todo esporte coletivo se parece. Além de evoluir na parte de coordenação, você é praticamente induzido a colaborar com os seus colegas. E para mim, que gosto de trabalhar com as categorias de base, é como lapidar um diamante que nos chega bruto e pode sair uma joia de incomensurável valor. Eu ainda me emociono em poder contribuir para que isto aconteça.
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Como, quando e por que começou a praticar?
Confesso que demorei um pouco para trabalhar com o vôlei. Isto se agrava, pois estamos em um país onde o reinado é do futebol. Veja o triste caso de nossa seleção ao perder para a Alemanha por um placar que nem o pior torcedor do mundo está acreditando. Bem, comecei em 2000 em uma quadra pública da prefeitura, muito conhecida como Quadra da Cohab, até então a única quadra pública de minha cidade. Fiz o concurso para Técnico de Esportes e para lá fui lotado, iniciando os trabalhos com futsal e vôlei.

Participou de competições?
De 2000 a 2008 - não fui sequer consultado sobre participar de alguma competição no âmbito de prefeitura, haja visto que o único funcionário Técnico de Esportes era eu. Alguém pode imaginar a lacuna e evasão criada pela Secretaria de Esportes quando não incentiva e apoia a participação de suas escolinhas em competições?
De 2009 até 2011 - participação em todas as modalidades e competições dentro e fora de meu município.

Qual a competição que mais o marcou e por quê? 
Acredito que para quem milita no meio esportivo, toda e qualquer competição nos marca. Para mim, foi o vôlei feminino no Jujuninho de 2010 disputado em Muzambinho. Dois jogos nos separavam da classificação; no sábado ganhamos e precisaríamos vencer também no domingo, mas perdemos. Eu não pude acompanhá-las devido a um compromisso de reunião técnica e elas não conseguiram vencer. Isto me deixou muito frustrado, pois eu sabia muito bem das chances que elas tinham de ganhar. E depois disto suas idades já não as credenciavam a participar deste torneio.

Já praticou outras modalidades?
Quem vai para a área de estudos como a Educação Física ou é por gostar de esportes ou por já ser algo parecido com atleta, sem contar a modalidade. Eu não fui diferente, pois já tinha uma vivência em todas as modalidades esportivas. Saí de minha cidade e fui estudar em SP. Na época, lá vivi tempos áureos do vôlei, basquete, atletismo e futebol. Fui atleta da Faculdade e do São Paulo Futebol Clube na modalidade Lançamento do Dardo. Pude comprovar a vida duríssima de quem quer ser atleta de alto rendimento. Apesar das grandes inovações tecnológicas com que nos brindam, a parte de recursos financeiros faz muitos desistirem de seus sonhos. Aí caberia entrar a ajuda governamental para se estabelecer centros de treinamentos. Só assim teremos uma maior gama de atletas melhores. É sonho ainda...

Fale sobre seu trabalho como treinador, secretário de esportes e professor:
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Treinador
            O que mais me deixa perplexo é que em nossa área, especificamente, todos e quaisquer são considerados professores ou treinadores e, em sua maioria, não possuem formações para tais posicionamentos. A maioria dos pais nada se preocupa com as pessoas que estão passando um tempo muito importante para o desenvolvimento de seus filhos e, muitas vezes, cobrando valores para suas aulas sem poderem. Fica aqui o meu alerta para todos. Meu trabalho inicial na Quadra da Cohab foi muito difícil porque, como na grande maioria onde quem manda é o poder público (prefeituras), o lugar ficou abandonado por um grande e longo tempo. Imaginem colocar uma pessoa que não pertence ao bairro para tentar colocar ordem onde quem mandava eram sempre os mais fortes... Com muito tato e levando sempre o bom e velho papo cara a cara, fomos colocando em prática aquilo que eu considerava correto. E deu certo esta psicologia de bons amigos, pois de uma população de zero frequentadores passamos para mais de 300 pessoas por semana. Além disto, findo o mandato do prefeito de 08 anos, realizei 43 eventos reunindo pessoas da cidade toda. Os times que estão hoje na disputa do EPTV, ALTEROSA, JOJU, JOJUNINHO são, em sua maioria, nascidos nesta época conosco, inclusive colocações de nossas atletas do vôlei para cidades como Varginha. Fico muito feliz por eles e elas.
Neste período, criei e desenvolvi dois projetos: um de vôlei, cujo nome era Projeto Vôlei Na Praça e contemplava em praça pública a prática gratuita de vôlei, com mais de setenta participantes. Outro foi em uma escola na modalidade de atletismo.  Durante um ano, cinquenta e um alunos puderam aprender e praticar as modalidades do atletismo adaptadas em um parque municipal e de forma gratuita.

Secretário de Esportes
Fiquei muito honrado por ter recebido do prefeito o convite para ocupar a pasta da Secretaria de Esportes no ano de 2009.  Realmente, para um profissional, que quer realizar algo para o bem público, é o que de mais importante pode lhe acontecer, e eu aproveitei o momento para isto. Nem preciso dizer que a duras penas fizemos vários eventos no primeiro ano, contando com somente uma quadra coberta, sem campo de futebol da prefeitura,  dívidas anteriores com a ASSEMIG e anos sem disputas do EPTV e ALTEROSA da parte pública, e apenas um profissional para atender 20.000 pessoas. Nem sala, nem equipamentos, funcionários e conduções. Não contamos com campo de futebol público e nem com boa vontade das pessoas que dirigem os locais que deveriam promover tais eventos esportivos públicos. Foi no segundo ano que pude realmente colocar em prática um pouco daquilo que era o mínimo para a pasta. Posso dizer que, em um ano, promovemos mais de 50 eventos, resgatamos o campeonato municipal rural, que há mais de 12 anos não era realizado, voltamos a disputar tudo na região, principalmente fortalecendo a parte interna com eventos, jogos e treinamentos. Nos jogos escolares estudantis, chegamos a contar com mais de 800 alunos-atletas e introduzimos mais modalidades. Em um só dia, foram realizados dez eventos em um parque municipal, contando coma participação de mais de 1.200 pessoas. Criação dos jogos do Marolo e jogos dos Cem Anos. Participação em jogos no SESI – Alfenas e em Muzambinho. Colocação de mais de 120 alunos nos JEMG. Além disto, e agora falo com muita alegria, conseguimos as verbas para cobertura de mais duas quadras públicas. Além de intercâmbio esportivo com várias cidades da região. Empossamos e fizemos reuniões periódicas com os membros eleitos do Conselho Municipal de Esportes, proporcionando com isto recursos financeiros do ICMS Solidário para os esportes do município.

Como Professor
            Trabalho com adolescentes em uma escola pública e acompanho todas as mudanças na educação. Somos bastante cobrados e, na maioria das vezes, nada ou pouco temos para trabalhar. Quanto ao que dizem, que somos uns rola-bolas, tenho, sim, que concordar em parte, e se há profissionais com estas características dentro da escola, os responsáveis, além do professor de Educação Física, são também os supervisores, orientadores, diretores e a pessoa responsável pela SEE, que está toda semana fazendo visitas e nada vê. É só fazer denúncias.

Trabalho em um bairro com muitas carências e uma delas é a esportiva. Tento levar para todos os meus alunos, diariamente, noções práticas para suas vidas e até inovo, fazendo e levando tipos de vivências que a maioria jamais teria noção. Fico muito tranquilo, pois neste ano participei dos jogos escolares com 60 alunos-atletas. Isto com o apoio da diretora, supervisora e da Secretaria da Educação. Vou realizar um Festival de Dança no semestre que está chegando, além de instruir na fanfarra, e, no final do ano, vou realizar os jogos internos da escola, cujo nome já está até muito falado em Paraguaçu. Fico muito feliz em poder realizar tais feitos, que certamente poderão mudar a vida de nossos alunos.

Esporte que gosta de assistir pela TV:
Qualquer jogo de vôlei, atletismo em geral e documentários sobre esportes.

Ídolo esportivo:
           Tenho muitos ....tipo... Garrincha, Pelé, João Carlos de Oliveira, Robson Caetano, Joaquim Cruz,   Ana Moser,  Bernard, Giba, Cielo e agora, no vôlei feminino, Fernanda Garay...

Lembrança marcante de um fato esportivo:
            Acredito que nada será mais marcante do que a conquista da Copa do Mundo de Futebol, em 70, no México. Relembro dos nossos craques.
Certamente, em minha vida, foi a participação, no Ibirapuera, no Troféu Brasil de Atletismo. Lembro também da grande, sensacional e inesperada vitória da Seleção Brasileira de Vôlei Feminino comandada pelo Zé Roberto.

Opinião sobre a política esportiva no Brasil:
            Acredito que esteve muito direcionada para as maiores cidades até poucos anos atrás. Isto vem mudando paulatinamente e já contamos com locais mais próximos de nós, que trabalham com o objetivo de atender nossa população esportiva. Ainda tem que  melhorar e distribuir muito mais.

Opinião sobre o esporte de competição:
            Ainda estamos longe de locais para podermos ter maiores incentivos para descoberta de talentos. O Governo está, sim, fazendo sua parte quando promove jogos e libera verbas para melhoria ou construções de locais para isto. Temos é que ter pessoas comprometidas com o bem público e que vão atrás para conseguir.

Faça um comentário sobre:
- Esporte na infância: Estas realizações devem ser públicas para atingir um número de assistidos maior.
- Alto rendimento: Muitas cidades não têm suporte para esportes de alto rendimento. Precisamos de centros mais próximos que ofereçam todas as modalidades esportivas.
- Terceira idade: Número reduzido atendido, se compararmos com o número dos moradores da cidade.
- Atividade física: Crescendo principalmente entre os jovens por diversas razões...Mas que bom que está em ascensão.

Observações que desejar acrescentar:
            Quero aqui agradecer a toda equipe do Jornal por esta oportunidade, que em muito me honra, de poder levar a todos um pouco de nosso trabalho e cidade. Agradecer a Deus por nos guiar e fortalecer. Aos meus familiares que suportam minha ausência. E ao pais e atletas por confiarem em nosso trabalho. Nos dias de hoje, temos que fazer um pouco a mais por nossos irmãos. Deus não nos dá chances sem achar que somos pessoas capazes para tais ajudas. Um forte abraço e algumas frases para serem lembradas na vida:
            “Esportes, educação com saúde. Da infância à melhor idade, um presente da vida” Prof. Gabriel

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