sexta-feira, 1 de maio de 2020

Fernandinho tem uma linda história de superação

Nome: Fernando Cardoso
Apelido: Fernandinho
Idade: 29 anos
Esporte: Futebol

Comecei a jogar com cinco anos, para tratar de uma bronquite que eu tinha na infância. O médico receitou que eu praticasse um esporte, então, minha mãe me colocou na escolinha do professor Geraldo Benedito da Silva, no bairro Canaã .
Dos cinco anos de idade até os 14, joguei com professor Geraldo, onde eu aprendi tudo que sei no futebol. Ali, ganhei um terceiro lugar na categoria pré mirim jogando no gol. Depois, em 2002, já estava jogando de volante e fomos campeões da cidade pela primeira vez. Fui artilheiro da competição com 15 gols marcados.
            A partir desse campeonato, começaram os convites de outras equipes da cidade para jogar o campeonato Mineiro e Sul Mineiro Infantil. Me juntei à equipe do AVE, que era comandada pelo Vitinho e Carlinhos. Ali eu joguei pela primeira vez um campeonato regional.
            Logo depois do AVE, fui treinar com professor Palito, que comandava a equipe do Arte e Disciplina (que depois mudou nome para o Fluminense), onde eu peguei um condicionamento físico e técnico, além de mais experiente com campeonatos e testes - que o professor Palito nos levava para fazer (inclusive, um deles era no América, do Rio de janeiro, onde eu passei no teste jogando duas categorias acima da minha na época, mas não tive condições de ficar por condições financeiras). 
            Logo em seguida veio um rapaz de Juiz de Fora que tinha me visto fazer esse teste no América. Ele se chama Wildiner, veio até Varginha atrás de mim para me levar até uma cidade vizinha para fazer um teste em Santo Antônio do Amparo. Aceitei e fui fazer o teste junto com mais quatro meninos de Três Corações. Chegamos lá, a equipe chamava CEFAPI, que significa Centro Esportivo de Formação de Atletas Paulo Isidoro, aquele mesmo da copa de 80. Nesse teste somente eu passei, e já fiquei direto no alojamento da equipe, que era uma casa cedida pela prefeitura da cidade. Lá, alcancei minha melhor forma física e tática. Eu já estava jogando no ataque e tendo um bom desempenho nos jogos.
            Na equipe do CEFAPI, eu pude jogar dois campeonatos de altíssimo nível, que era Copa Integração de BH e também o Campeonato Mineiro. Fui campeão da Copa Integração, com Paulo Isidoro, e no Campeonato Mineiro saímos nas quartas de final, para equipe do Cruzeiro jogando lá dentro da Toca 2, na Pampulha.
            Depois da equipe do Paulo Isidoro, fui jogar para o Venda Nova de BH, de onde saiu Fred e o goleiro Bruno para o profissional. Foi onde joguei três temporadas com eles (2006, 2007 e 2008), e fui muito feliz e marcando muitos gols.
            Tudo se encaminha bem para eu subir ao profissional aos 18 anos mas, em uma escolha da vida, não voltei para BH em 2009. Fiquei em Varginha e fiz um teste para jogar no VEC, que estava voltando na época com comando do prefeito Mauro Teixeira. Passei e comecei a treinar diariamente com elenco da época, que era praticamente todos meus amigos que cresceram comigo na infância jogando mas, infelizmente, entrei num caminho errado e comecei a mexer com droga pesada e parei de ir nos treinos do time.

SUPERAÇÃO

            Assim, parei de jogar e acabei perdendo tudo o que eu tinha paras drogas. Dos meus 18 anos até os 23, fiquei no mundo das drogas usando craque. Mas eu pedi ajuda e fui me internar em uma clínica de recuperação, onde fiquei seis meses e doze dias. Ali eu conheci Jesus Cristo e fui libertado das drogas. Meu retorno para casa foi difícil, pois ninguém acreditava no milagre de Deus em minha vida pela proporção que eu me encontrava antes de ir para clínica.
            Rapidamente, voltei a mexer com esporte, pois é uma coisa que eu amo fazer, voltei a jogar com os Meninos da Vila e ficamos em terceiro lugar no Bairrão. Depois, fui para o Libertas, onde fomos campeões no Paraguaçu Cup.
            E assim, eu consegui dar a volta por cima e fazer o que eu amo, jogar futebol. Agora jogo campeonatos amador da cidade, e hoje faz mais de oito anos que saí das drogas e prático meu esporte. Também virei professor de futsal feminino, e estou no comando da Equipe do Real Canaã Futsal feminino, onde ensino o que eu aprendi, tanto no futebol como na vida.

COMPETIÇÕES MARCANTES

Em 2002 o campeonato da cidade, onde eu fui campeão e Artilheiro e, em 2004, eu joguei Campeonato Mineiro e Sul Mineiro. Porém, o que mais me marcou foi em 2005, com Paulo Isidoro, quando fui campeão da Copa Integração de BH, decidindo o título em casa contra o América Mineiro. Fiz dois gols no jogo.
            Em 2006, 2007 e 2008, joguei no Venda Nova de BH. Não ganhei nenhum título com eles, mas tive as melhores temporadas, onde marquei muito gol importante, principalmente no Campeonato Mineiro de 2007, quando fomos eliminados pelo Cruzeiro na semifinal em casa.
Melhor título foi DE2005 em Santo Antônio do Amparo, com Paulo Isidoro. Outro marcante foi depois que eu dei a volta por cima nas drogas e joguei o Paraguaçu Cup, com Libertas de Varginha, em 2018. Nas quartas de finais fiz um gol no final do jogo, contra a equipe de Machado, que ficou marcado no meu coração porque eu dediquei ao meu sobrinho que havia morrido quatro dias. Fiz o gol e tirei a camisa do time e mostrei outra por baixo que tinha uma foto: eu e meus dois sobrinhos, que são irmãos. Todo o estádio me aplaudiu e isso foi emocionante demais. Esse gol foi mais importante que meus dois na final contra o América.

ALEGRIAS E DECEPÇÕES

A maior alegria foi ter conhecido Jesus Cristo e ter conseguido voltar a praticar o que eu mais amo fazer, além de dar aula para o meu time feminino.
A maior frustração foi ter passado pelo Vasco da Gama num período de dois meses de treinamento e não conseguir ficar, porque o time da categoria de base do Vasco na época era de empresários, e eu não tinha empresário na época, somente um procurador. E o que mais me frustrou foi saber que eles gostaram do meu futebol, mas nenhum se prontificou a me representar.

INSPIRAÇÃO E AGRADECIMENTOS

Minha inspiração está na minha falecida mãe, pois o sonho dela era que eu virasse jogador profissional.
Meu projeto é um dia abrir uma escolinha de futebol.
Eu quero agradecer em especial meu grande mestre e pai, Geraldo, por me ensinar o que eu sei dentro de campo. Aos professores Vitinho, Carlinhos, Palito, Paulo Isidoro e Nival e, principalmente, hoje agradeço muito as minhas meninas do futsal feminino, que acreditam no meu trabalho.
            Mensagem: Sem esforço, força de vontade e principalmente responsabilidade, não conseguimos chegar aos nossos objetivos.

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