Após
vitória no Max Fight, Vinicius Salvador se espelha no Spider e mira carreira no
UFC. Treinando
desde pequeno em Varginha (MG), o "Fenômeno" agora quer o cinturão e
uma vaga no principal evento de MMA do mundo.
“Fenômeno". O apelido não é
pouca coisa para quem ainda está buscando um espaço no mundo das lutas. Mas,
pouco a pouco, Vinícius Salvador vai provando porque merece a alcunha que
ganhou há tempos na academia onde treina desde os 8 anos de idade, em Varginha,
no sul de Minas Gerais.
No último teste, não foi diferente.
Fazendo a penúltima luta da noite no Max Fight 19, o lutador de apenas 21 anos
deu um show de movimentação, habilidade e força. Venceu o rival Roberto
"Mão de pedra" Souza por nocaute técnico a 1m50 do terceiro round. O
estilo, com guarda baixa em diversos momentos e muita esquiva, traz a marca do
ídolo, Anderson "The Spider" Silva.
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- Eu sempre peguei muito o estilo
dele de treino e de luta. E desde então eu só luto assim. Mas eu sou um
privilegiado do povo querer me comparar com o Anderson Silva.
- Ele é meu ídolo total, por toda a
carreira, toda a história que ele teve ao longo dos anos, todos os títulos que
ele conquistou. Isso me motiva bastante para treinar e lutar e tentar ser igual
ele - diz Vinícius.
De origem humilde, o Fenômeno
começou a treinar na academia porque a mãe trabalhava no local. Um dia, depois
de assistir do lado de fora diversas aulas, foi convidado pelo técnico e
empresário Marcelo Ribas para subir no tatame. Aí não saiu mais.
- Minha família inteira sempre me
apoiou. Minha mãe me apoia demais, minha avó, minha tia. Graças a Deus, eu
tenho uma família que sempre me apoiou demais nisso. Se não fosse por eles, eu
não estaria até aqui hoje.
Os treinos viraram diários. A luta
foi tomando cada vez mais espaço na vida de Vinícius, que começou a competir
profissionalmente. Além de Anderson Silva, o Fenômeno ganhou uma referência
muito mais próxima, a lutadora Amanda Ribas, que é filha de Marcelo e
recentemente assinou com o UFC.
- Estou seguindo os passos da
Amanda, porque ela deixou muitas portas abertas para a gente que é mais novo.
Ela assinou primeiro com o Jungle, depois eu assinei. Foi para o Max Fight,
depois eu fui. Então querendo ou não, ela foi puxando a gente. E as nossas
metas vão batendo junto.
Max
Fight e futuro
O esforço nos treinos tem sido
traduzido em vitórias nas lutas. São 11 combates, ao todo, com 10 vitórias (9
nocautes) e apenas uma derrota. A invencibilidade já chega a dois anos e meio.
Mas quem viu Vinícius no ringue no Max Fight 19 não imagina o esforço que ele
precisou fazer para bater o peso para a luta. Pesando normalmente 75 kg, ele
está acostumado a lutar na categoria Galo (até 61,2 kg), mas desceu para a
Mosca (até 56,7 kg) e precisou cortar mais peso nos dias que antecederam o
combate.
- Eu sofri demais, porque querendo
ou não, eu desço para 61 kg, então meu corpo está acostumado a descer para 61
kg. Essa luta foi diferente. Estava dando tudo errado para mim, porque eu
machuquei, sofri acidente de moto, então não estava treinando direito, estava
fazendo só preparação física. Então isso estava prejudicando demais a minha
perda de peso. E eu sofri muito. Chegou meus dois últimos dias e, se não fosse
meus amigos de treino, ia ser difícil demais para mim bater esse peso - contou.
Agora Vinícius está fazendo um
trabalho de nutrição direcionado para controlar o peso e não precisar se
sacrificar tanto. Tudo em nome de seguir vencendo e atingir o objetivo maior:
conquistar o cinturão do UFC.
- Isso aí é o que mais me motiva,
porque os treinos são muito fortes. A gente sempre fala que o treino é mais
difícil do que a luta, a luta é uma diversão. Porque a luta são cinco rounds de
cinco minutos. Os treinos são duas horas direto. Então o treino é bem mais
pegado, bem mais difícil.
- Mas você chegar lá, ganhar, ser
campeão da sua categoria, é a melhor sensação do mundo. Sofre? Sofre. Mas
depois tem a glória no final - completou.
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