sábado, 27 de outubro de 2018

O Ministério do Esporte no futuro governo

POR: Alberto Murray Neto

            Tenho lido sobre os destinos do Ministério do Esporte no futuro governo. Claro que como ex atleta e amante do esporte, meu desejo precípuo seria pela manutenção do Desporto com o status de Ministério. Mas a questão não é simples.
            Percebam que, desde sua criação, o Ministério do Esporte nunca exerceu seu papel essencial, que seria a implantação de uma política nacional, de Estado, para o segmento, desde a base até o alto rendimento. O que se viu, foi a terceirização do Ministério do Esporte por parte dos Presidentes da República, entregando-o a partidos para que dele fizessem o que desejassem, em troca de votos no Congresso. O Ministério tornou-se um órgão repassador de recursos e nada muito além disso. 
            Para o exercício de 2019, o orçamento do Ministério do Esporte serve, apenas, para cobrir os gastos da própria máquina, não havendo, portanto, recursos para investimentos. Ora, se as bases são essas, qual a vantagem de se ter um Ministério específico para o Esporte? A questão não é meramente clamar pela manutenção do Esporte com um Ministério próprio. A pleito é muito mais extenso. 
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           O que se deve pedir ao próximo presidente é a elaboração e implantação de um programa de Estado para o Esporte, que contemple desde a base, passando pela massificação nas escolas, nas universidades, até o alto rendimento. Criar no Brasil uma mentalidade esportiva, Olímpica.
            A solução do esporte está nas escolas e o próximo governo deve enxergar isso. A luta não é pelo status de Ministério ao Esporte. A briga é pela implantação dessa política nacional de esportes, conduzida por alguém que seja do meio. Se o órgão responsável por essa programa for um Ministério, melhor. Mas se for uma Secretaria, não haverá problema algum. O nome não é o mais relevante. O que o Esporte precisa é de algo que funcione. E tomemos em conta, ainda que, hoje, a totalidade das verbas que mantêm o esporte de alto rendimento não advém do Ministério, mas sim, de leis federais, estaduais e municipais, tais como as loterias, incentivos fiscais Profut e outros.  Os esforços não devem ser para, pura e simples, haver um Ministério para o Esporte. Mas para que exista um planejamento de longo prazo, de esportes para todos, porque da quantidade tiraremos a qualidade. Já publiquei algumas sugestões para o esporte brasileiro.
            Espero que o próximo Presidente da República tenha o Esporte como prioridade, que tenha vontade política de fazê-lo funcionar.

Alberto Murray Neto é Presidente do 
Conselho de Ética do Comitê Olímpico do Brasil.

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