Tenho
lido sobre os destinos do Ministério do Esporte no futuro governo. Claro que
como ex atleta e amante do esporte, meu desejo precípuo seria pela manutenção
do Desporto com o status de Ministério. Mas a questão não é simples.
Percebam
que, desde sua criação, o Ministério do Esporte nunca exerceu seu papel
essencial, que seria a implantação de uma política nacional, de Estado, para o
segmento, desde a base até o alto rendimento. O que se viu, foi a terceirização
do Ministério do Esporte por parte dos Presidentes da República, entregando-o a
partidos para que dele fizessem o que desejassem, em troca de votos no
Congresso. O Ministério tornou-se um órgão repassador de recursos e nada muito
além disso.
Para
o exercício de 2019, o orçamento do Ministério do Esporte serve, apenas, para
cobrir os gastos da própria máquina, não havendo, portanto, recursos para
investimentos. Ora, se as bases são essas, qual a vantagem de se ter um
Ministério específico para o Esporte? A questão não é meramente clamar pela
manutenção do Esporte com um Ministério próprio. A pleito é muito mais extenso.
O que se deve pedir ao próximo presidente é a elaboração e implantação de um programa de Estado para o Esporte, que contemple desde a base, passando pela massificação nas escolas, nas universidades, até o alto rendimento. Criar no Brasil uma mentalidade esportiva, Olímpica.
LINK |
O que se deve pedir ao próximo presidente é a elaboração e implantação de um programa de Estado para o Esporte, que contemple desde a base, passando pela massificação nas escolas, nas universidades, até o alto rendimento. Criar no Brasil uma mentalidade esportiva, Olímpica.
A
solução do esporte está nas escolas e o próximo governo deve enxergar isso. A
luta não é pelo status de Ministério ao Esporte. A briga é pela implantação
dessa política nacional de esportes, conduzida por alguém que seja do meio. Se
o órgão responsável por essa programa for um Ministério, melhor. Mas se for uma
Secretaria, não haverá problema algum. O nome não é o mais relevante. O que o
Esporte precisa é de algo que funcione. E tomemos em conta, ainda que, hoje, a
totalidade das verbas que mantêm o esporte de alto rendimento não advém do
Ministério, mas sim, de leis federais, estaduais e municipais, tais como as
loterias, incentivos fiscais Profut e outros.
Os esforços não devem ser para, pura e simples, haver um Ministério para
o Esporte. Mas para que exista um planejamento de longo prazo, de esportes para
todos, porque da quantidade tiraremos a qualidade. Já publiquei algumas sugestões
para o esporte brasileiro.
Espero
que o próximo Presidente da República tenha o Esporte como prioridade, que
tenha vontade política de fazê-lo funcionar.
Alberto
Murray Neto é Presidente do
Conselho de Ética do Comitê Olímpico do Brasil.
Conselho de Ética do Comitê Olímpico do Brasil.
Nenhum comentário:
Postar um comentário