sábado, 23 de junho de 2018

Jornal PODIUM entrevista o Prefeito Antônio Silva

Por Renata Lemos
      Nesta quinta-feira, dia 21, o Prefeito Antônio Silva concedeu uma entrevista ao Jornal PODIUM.
            A conversa teve início com a grande polêmica para liberação do Melão. Segundo o Prefeito, não existe proibição e sim responsabilidade na análise dos pedidos: “Trata-se de um estádio de grande porte; a casa de uma equipe profissional de Série B”.
            Questionado sobre o Boa Esporte, reconhece o profissionalismo e competência da diretoria na gestão do time: “É difícil manter futebol profissional no interior, a maioria é time profissional dirigido por amadores”. Nas questões jurídicas do convênio, disse que manteve o original da gestão Corujinha, sem muitas alterações. Concorda que o tópico de apoio às equipes de base da Semel é vago, impedindo a Prefeitura de cobrar atuação mais efetiva.
            Admitiu que não sabia do conflito de sede na Lei 5.669/2013, e minimizou como erro passível de ser corrigido e prometeu verificar. 
            Antônio Silva discordou de uma possível rejeição popular ao Boa, para ele a torcida sempre foi pequena. Analisa o “Caso Bruno” sob a ótica de um profissional de Direito: “Bruno cometeu um erro e está pagando por ele. No Brasil não tem Pena de Morte, as pessoas têm o direito de se recuperar, de se redimir e de se reintegrar à sociedade. Visão do advogado é diferente do leigo. A lei estabelece uma série de situações exatamente para a reinserção na sociedade. O que ele sabe fazer? Jogar futebol! O objetivo maior da lei é a reinserção na sociedade. Não tem instrumento maior para essa inserção que o trabalho”.
            Acredita que a mídia pegou pesado e que a população varginhense demonstrou um moralismo hipócrita: “Com a idade sou mais generoso no julgamento”.

Semel nas Eleições 2018
            O Jornal PODIUM perguntou: o esporte de Varginha está se aproximando muito do Governo Pimentel? 
            - A situação do Prefeito é muito delicada e é preciso ter consenso desse relacionamento, porque a instituição Governo de Minas não é propriedade de um partido. Varginha tem uma arrecadação fantástica para o Governo do Estado, tem economia próspera e é uma grande contribuinte de tributos estaduais, consequentemente têm direito a retorno desses tributos, independente da sigla partidária desse Governo -, respondeu. 
            Deu ênfase ao pouco que tem vindo em relação ao que vai daqui pra lá. Retrucou ao tomar conhecimento dos lamentos do Secretário de Estado Interino de Esporte, de dificuldade para conseguir entrosamento político em Varginha a fim de inserir a cidade nos projetos estaduais da pasta.
            Pontuamos um conflito pré-campanha ocorrido no dia anterior. Enquanto a Assessoria de Comunicação da Prefeitura divulgava um convite para a inauguração da iluminação no campo Nêgo Horácio, o coordenador da Semel divulgava o spot do Governo de Minas. Tudo isso para uma iluminação instalada há mais de seis meses.
            Sobre a possibilidade de o Governo do Estado repassar o Centro Social Urbano à Prefeitura, há interesse sim porque são instalações aproveitáveis, recuperáveis e aí serão gerenciadas com competência pela Semel. Explicou que pessoalmente não poderia rejeitar, nem mesmo na coincidência do momento eleitoral. 
            - Ainda não está formalizado, depende de uma palavra final minha que vou analisar todos os fatores, todo o conjunto, o custo-benefício. Uma equação que nenhum gestor pode deixar de considerar. É um centro esportivo histórico para Varginha, o resto são apoios modestos pelo porte da cidade -, disse.
            Vale ressaltar que no início de julho termina o período de transferência de recursos voluntários do Estado e União. Mas Antônio Silva é um gestor experiente, reconhecido por sua responsabilidade no trato da administração pública e não se afobaria na assinatura de um convênio com finalidade eleitoreira de um governo de muita propaganda e pouca efetividade.

Análise da Semel
            - Diante das dificuldades e limitações financeiras e jurídicas da gestão pública, analiso positivamente todos os meus três secretários -, disse. 
            Para ele, a Semel tem conquistado resultados positivos para uma cidade do porte de Varginha. Reconhece que as responsabilidades legais e burocráticas restringem o gerenciamento e trabalho no setor público limitando, consequentemente, as conquistas. 
            Na queda de braço encabeçada pela Semel de Varginha, “JOJU x Lidarp”, o Prefeito foi sincero ao dizer que tem um conhecimento superficial, e prometeu verificar os motivos reais da ausência varginhense na maior competição esportiva regional, sob alegação da SEMEL em discordar de prestação de contas - mesmo sem compor o Conselho Fiscal da Assesmig -, enquanto participava Lidarp que estava respondendo Inquérito Civil na Promotoria de Justiça de Campestre por falta de prestação de contas: Inquérito MPMG-0110.14.000173-3, aberto em 03/02/2016.
            Antônio Silva defendeu a Semel alegando que suspeição difere de condenação. Porém, a defesa deveria valer para os dois casos. Vale questionar ainda se a Semel/Varginha vasculha as prestações de contas de todas as entidades esportivas apoiadas, mesmo aquelas “particulares e/ou familiares travestidas de associações, ligas e/ou federações”, uma vez que a ASSESMIG tem toda a documentação legal exigida para contratação com órgãos públicos.

Perspectiva para o esporte
            Antônio Silva foi extremamente honesto e coerente, sua proposta é administrar com seriedade e firmeza, melhorar e otimizar com os recursos escassos que possui diante de demandas crescentes. Prefere continuar gerindo com muita firmeza, mas ainda (repetiu o ainda), com controle. 
            É sóbrio e discreto diante de uma sobrecarga complicada e desafiadora, onde não pode se descuidar das prioridades máximas de segurança pública, saúde e educação.
            “Esse conjunto de demandas com os recursos escassos é uma equação perversa. Eu gerencio a Prefeitura, sou executivo da maior empresa de Varginha. Não há espaço para oba-oba”, desabafa.
            Lembra que está no quarto mandato, e cada um mais difícil que o outro. A gerência foi dificultando. E pior, está há cinco anos e meio trabalhando para recuperar a Prefeitura e administrando crises, a local quando assumiu em 2013 e a nacional de 2015.

Análise
            Entrevistar Antônio Silva é um ato de aprendizagem, onde o entrevistador entra com perguntas e afirmações, e obtém uma aula de conhecimento e realidade.
            É um Prefeito sem a intenção de iludir a mídia e, consequentemente a população. Simplesmente um gestor público, com coragem, determinação e desprendimento político para enfrentar duras crises. Um político que, da mesma forma que perdeu sua primeira chance de reeleição por ser realista demais, voltou 12 anos mais tarde, aclamado por reconhecida competência na gestão pública.
           A conclusão que se pode tirar é que, por um lado, é frustrante a mensagem recebida- ainda mais para os amantes de esportes- de que o segmento não está entre as prioridades do plano de governo, mas por outro, chega a ser admirável a sinceridade do politico em declarar-se abertamente não populista, ou seja, disposto a agir de acordo com o que acha mais correto ao invés de iludir o público em primeira vista.

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