A cada Olimpíada, o brasileiro
descobre que há vida esportiva fora do futebol. E vibra com um pódio da
canoagem ou num recorde do salto com vara como se fosse gol de Neymar.
A cada Olimpíada, o brasileiro conhece
mais sobre a geografia do esporte, e descobre contrastes sociais pela atuação
dos atletas. Por exemplo, que um humilde baiano da canoagem também é capaz de
ir ao pódio dos melhores do mundo. Chegou lá por mérito e com garra, que muitas
vezes, faltou à elite do tênis, da natação, do hipismo. Não foi assim nos Jogos
Rio 2016?
A cada quadro anos, o brasileiro
descobre que um atleta sem braço ou sem perna, ou sem braço e perna, é capaz de
atravessar uma piscina de 50 metros nadando literalmente no peito. E, sob
aplausos e lágrimas do torcedor, se consagra mundialmente. E também chora,
porque sabe que o dia seguinte já não será consagrador, mas de dificuldades
renovadas.
No entanto, poucos sabem que para
alimentar o gigante esportivo brasileiro todos os 943 atletas olímpicos e
paraolímpicos dos Jogos Rio 2016 foram contemplados com um dinheiro que nunca
imaginaram receber: R$ 3,6 bilhões, segundo o UOL Esporte. Dinheiro do cofre
público do Brasil em crise e devedor. A conta chegou!
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Apagada a chama olímpica, surge a
dúvida: “O que será do amanhã”? A gravidade da economia sugere que o esporte se
torne uma “fábula de Cinderela”, no dizer do velejador Lars Grael. Depois de
uma preparação dos atletas sem igual na história esportiva o Brasil, o ‘projeto
olímpico e paraolímpico poderá virar abóbora’.
As estatais continuarão a jogar
dinheiro nas confederações, investigadas por corrupção com verbas públicas?
O Ministério do Esporte terá orçamento
para a manutenção e conservação das 47 pistas de atletismos que distribuiu pelo
país?
E a Lei de Incentivo ao Esporte
manterá os R$ 400 milhões anuais, enquanto o ministro Henrique Meireles briga
para reduzir os gastos, na tentativa de equilibrar contas e garantir dinheiro
para hospitais, escolas, segurança, professores, aposentados...?
São muitas perguntas para um ano que
foi difícil, apesar das megafestas. Vamos virar a página, e que 2017 nos
permita mais otimismo.
* José Cruz, Repórter
Esportivo – Jornalista Investigativo.
Colaborador do Jornal PODIUM desde 2011.
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