Antônio
Carlos de Melo, 69 anos, natural de Nova Lima/MG, ou simplesmente Buzuca, “um
zagueiro pré-histórico”, segundo o ídolo do Atlético mineiro, Reinaldo.
Tudo começou nas categorias de base
do Vila Nova, depois foi para Brasília e em 1968, veio para Varginha por
intermédio do então diretor do Flamengo de Varginha, Joaquim Aparecido, quando
a equipe se profissionalizou. Em 1971 foi vendido para o Bangu/RJ; de lá
transferiu-se para Poços de Caldas, onde permaneceu por 10 anos. Jogou também
em equipes do interior paulista, mas desde 1984 está em Varginha, e
considera-se um “varginhense de coração”.
Buzuca trabalhou na Prefeitura de
Varginha durante 25 anos e hoje treina as categorias de base da Associação Varginhense
de Esportes – AVE. São cerca de 400 alunos cadastrados, que participam de
treinos e competições regionais.
O Jornal PODIUM foi até a sede da
entidade, no Centro Social Urbano para um bate-papo com este ícone do futebol
varginhense.
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Para ele, o Flamengo de Varginha é o time do coração do varginhense. Buzuca lamenta a falta uma equipe natural de Varginha: “o Boa não tem bandeira varginhense, logo vai embora”.
Buzuca faz parte do grupo do novo
Flamengo de Varginha e diz que sente expectativa e esperança na população
local: “nunca acompanhei um jogo do Boa e conheço muitas pessoas que também
querem voltar a assistir um time nato de Varginha”.
Sinceridade
Buzuca é enfático ao falar sobre o
trabalho de base do futebol varginhense: “Falta estrutura na base e perspectiva
de profissionalização”. Ele mostra que aos 16,17 anos, o jovem perde total
interesse no esporte, pois sabe que não tem condições de profissionalizar: “a
cidade não tem perspectiva e os grandes times possuem estrutura própria,
baseado nos grandes empresários”.
Em sua opinião, Varginha precisa
trabalhar mais forte a base, pois há muito tempo que não revela nenhum jogador.
Falta também, estrutura, investimento e acompanhamento profissional
especializado.
Buzuca diz que o futebol varginhense
paralisou com a chegada do Boa Esporte: “O governo municipal acreditou que o
Boa satisfez e cobriu as necessidades do varginhense”. Para
ele, o Boa foi o maior desastre para o futebol varginhense: “Não é pessoal,
respeito os jogadores que passaram pela equipe”. Critica a diretoria, comandada
por três irmãos, sem conselho deliberativo, sem participação popular e sem
transparência, apesar de receber verba pública. “Não tem bandeira, não tem
cores oficiais, não tem hino; são forasteiros sem vínculo com a cidade”,
enfatiza.
Não esconde a mágoa com a falta de
autonomia e autoridade do governo municipal no comando dos dois maiores
estádios da cidade Melão e Rubro Negro. “Enquanto isso, a nova equipe do
Flamengo de Varginha está treinando no campo da Barcelona, ‘metade podado,
metade mato’; uma vergonha”!
“O esporte de Varginha precisa
melhorar, tem condições de melhorar, mas precisa se reorganizar e unir as
forças. Varginha já foi potência no esporte especializado, na base, e no
futebol”, diz.
A história de Buzuca em Varginha é uma
história de dedicação ao esporte. Seja como atleta, técnico, funcionário
público e mesmo agora, aposentado, não consegue ficar longe do esporte.
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