sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Buzuca, o ícone do futebol varginhense

Antônio Carlos de Melo, 69 anos, natural de Nova Lima/MG, ou simplesmente Buzuca, “um zagueiro pré-histórico”, segundo o ídolo do Atlético mineiro, Reinaldo.
            Tudo começou nas categorias de base do Vila Nova, depois foi para Brasília e em 1968, veio para Varginha por intermédio do então diretor do Flamengo de Varginha, Joaquim Aparecido, quando a equipe se profissionalizou. Em 1971 foi vendido para o Bangu/RJ; de lá transferiu-se para Poços de Caldas, onde permaneceu por 10 anos. Jogou também em equipes do interior paulista, mas desde 1984 está em Varginha, e considera-se um “varginhense de coração”.
            Buzuca trabalhou na Prefeitura de Varginha durante 25 anos e hoje treina as categorias de base da Associação Varginhense de Esportes – AVE. São cerca de 400 alunos cadastrados, que participam de treinos e competições regionais.
           O Jornal PODIUM foi até a sede da entidade, no Centro Social Urbano para um bate-papo com este ícone do futebol varginhense. 
Publicida

Para ele, o Flamengo de Varginha é o time do coração do varginhense. Buzuca lamenta a falta uma equipe natural de Varginha: “o Boa não tem bandeira varginhense, logo vai embora”.
Buzuca faz parte do grupo do novo Flamengo de Varginha e diz que sente expectativa e esperança na população local: “nunca acompanhei um jogo do Boa e conheço muitas pessoas que também querem voltar a assistir um time nato de Varginha”.

Sinceridade

Buzuca é enfático ao falar sobre o trabalho de base do futebol varginhense: “Falta estrutura na base e perspectiva de profissionalização”. Ele mostra que aos 16,17 anos, o jovem perde total interesse no esporte, pois sabe que não tem condições de profissionalizar: “a cidade não tem perspectiva e os grandes times possuem estrutura própria, baseado nos grandes empresários”.
Em sua opinião, Varginha precisa trabalhar mais forte a base, pois há muito tempo que não revela nenhum jogador. Falta também, estrutura, investimento e acompanhamento profissional especializado.
Buzuca diz que o futebol varginhense paralisou com a chegada do Boa Esporte: “O governo municipal acreditou que o Boa satisfez e cobriu as necessidades do varginhense”.     Para ele, o Boa foi o maior desastre para o futebol varginhense: “Não é pessoal, respeito os jogadores que passaram pela equipe”. Critica a diretoria, comandada por três irmãos, sem conselho deliberativo, sem participação popular e sem transparência, apesar de receber verba pública. “Não tem bandeira, não tem cores oficiais, não tem hino; são forasteiros sem vínculo com a cidade”, enfatiza.
            Não esconde a mágoa com a falta de autonomia e autoridade do governo municipal no comando dos dois maiores estádios da cidade Melão e Rubro Negro. “Enquanto isso, a nova equipe do Flamengo de Varginha está treinando no campo da Barcelona, ‘metade podado, metade mato’; uma vergonha”!
            “O esporte de Varginha precisa melhorar, tem condições de melhorar, mas precisa se reorganizar e unir as forças. Varginha já foi potência no esporte especializado, na base, e no futebol”, diz.
A história de Buzuca em Varginha é uma história de dedicação ao esporte. Seja como atleta, técnico, funcionário público e mesmo agora, aposentado, não consegue ficar longe do esporte.

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